Avenida Portuária, onde havia ponto de bloqueio parcial de caminhoneiros fora liberada pela Polícia Militar de Pernambuco, na madrugada desta quarta-feira (30) Cerca de 1000 caminhões devem deixar o local com mantimentos para a Região Metropolitana do Recife e interior do estado
A Polícia Militar permanece nas rodovias para retirada de últimos caminhões estacionados, após liberação de bloqueios de caminhoneiros (Foto: Reprodução/TV Globo)
Os pontos onde eram feitos bloqueios de caminhões ao Porto de Suape, na Avenida Portuária, foram liberados nesta quarta-feira (30), após ação da Polícia Militar. Com o acesso liberado ao Porto de Suape, caminhões com cargas circulam livremente e sem escolta. Entretanto, ainda há caminhoneiros com veículos estacionados às margens da BR-101, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
Policiais do Batalhão de Choque seguem monitorando a Avenida Portuária para evitar retorno de manifestantes. Apesar de mais caminhões conseguirem entrar e sair do Porto, a situação do abastecimento de combustível para a população não foi normalizada. A manhã é de longas filas nos postos de combustíveis de toda a Região Metropolitana. A situação dos ônibus voltou ao habitual.
A retirada dos caminhões da BR-101, na altura da fábrica da Vitarella, é o próximo passo do governo. Os caminhoneiros estão no local há dez dias, em protesto contra o preço do diesel. Segundo o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), uma reunião com o Exército Brasileiro e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) acontece nesta quarta para definir a liberação.
Operação em Suape
A retirada dos caminhões da Avenida Portuária aconteceu após uma operação da Polícia Militar de Pernambuco. A operação aconteceu por volta das 2h40, um dia depois que a Justiça Federal expediu uma notificação para que os caminhoneiros liberassem imediatamente pontos de bloqueios nas vias do Grande Recife.
Segundo o tentente-coronel da Polícia Militar Ely Jobson, comandante da ação, durante a desocupação da Avenida Portuária, não houve resistência entre os manifestantes. "Chegamos de forma rápida, surpreendendo os manifestantes que estavam no local. Não houve qualquer resistência e eles desobstruiram a via, permitindo a entrada de vários veículos", afirmou o coronel.
O coronel informou ainda que manifestantes foram revistados durante a ação, mas nada foi apreendido e ninguém foi preso.
Com a liberação total do ponto de acesso ao Porto de Suape, cerca de 1000 caminhões devem deixar o local com mantimentos para a Região Metropolitana do Recife e interior do estado, segundo Paulo Câmara. "No melhor dia, tivemos entre 80 e 100 caminhões. Hoje, temos condição de fazer isso vezes 10. Até mil caminhões podem sair. Estamos com caminhões de gás sendo abastecidos", afirmou o governador.
O governo ainda não tem dados atualizados sobre a quantidade de bloqueios nas estradas do estado. Um levantamento deve ser feito na manhã desta quarta-feira (30). Até a noite da terça, eram registrados 21 bloqueios parciais em rodovias estaduais e federais.
Combustível
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), após a liberação da circulação de caminhões no Porto de Suape, o abastecimento dos postos no Grande Recife e interior do estado deve normalizar em até oito dias.
Enquanto permanecer o desabastecimento nos postos de combustíveis, o Procon limitou a quatindade de litros que podem ser vendidos para cada pessoa. Para motos, o máximo é de 10 litros, e para carros, 30 litros. É necessário, ainda, apresentar o documento do veículo para garantir o abastecimento.
Na manhã desta quarta, a TV Globo registrou filas de veículos para abastecer em postos do Recife e Olinda. Em um posto no bairro de São José, no Centro da capital, entre a Avenida Sul e a Rua Imperial, teve gente que madrugou na espera de combustível.
"Passei antes por oito postos e todos disseram que não tinha previsão de a gasolina chegar, então parei aqui pois a fila estava menor", disse o taxista Adilson.
Num posto na PE-60, em Ouro Preto, Olinda, a equipe encontrou fila com cerca de um quilômetro, chegando no bairro vizinho de Jatobá 2. O posto ainda estava fechado, pois não tinha combustível.
Na terça (29), esse posto tinha sido abastecido com 12 mil litros de gasolina, mas o estoque acabou ainda durante a tarde. Muita gente que não conseguiu abastecer permaneceu na fila. Uma das pessoas entrevistada pela equipe disse estar no local desde as 15h30 de terça.
Em outro posto na Avenida José Augusto Moreira, em Casa Caiada, Olinda, uma fila também estava formada com motoristas na espera de combustível. A fila dava volta no quarteirão, com carros estacionados em um ponto de ônibus, o que é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro.
Desde o dia 20 de maio, segundo o Sindicumbustíveis-PE, os postos deixaram de ser plenamente abastecidos por conta da greve dos caminhoneiros, que bloquearam a entrada e saída da área de armazenamento do Porto de Suape.
O Porto de Suape recebe combustível de outros países, estados brasileiros e da Refinaria Abreu e Lima. Segundo a entidade, é de Suape que sai diesel e gasolina para o norte da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí.
Por G1 PE
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