O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), pediu que o PT lance sua pré-candidatura à Presidência da República com atos em várias cidades. A informação foi repassada aos militantes que estão acampados em frente à PF pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), que visitou o ex-presidente na condição de seu advogado nesta segunda-feira (21/5).
O parlamentar, no entanto, se confundiu com as datas. Segundo ele, Lula pediu que todos comparecessem a atos de lançamento de sua pré-candidatura "em 27 de maio, na próxima segunda-feira". Porém, o dia 27 cai no próximo domingo. Procurado pelo Correio Braziliense, o gabinete de Damous, na Câmara dos Deputados, não soube confirmar a data. Já a sede nacional do PT se limitou a dizer que o dia correto seria informado em breve pela presidente da sigla, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Lula também pediu, conforme Damous, que o lançamento fosse marcado por atos em cidades de todo o país. "Pouco importa que em cada ato tenha 10 pessoas, cinco pessoas, 500 pessoas. O importante é o somatório em todo o Brasil de cada um desses atos para deixar claro que o presidente Lula é o nosso candidato a presidente da República", enfatizou o deputado.
Esta é a primeira visita de Damous a Lula, desde que o parlamentar ganhou na Justiça o direito de advogar para o ex-presidente. Ainda de acordo com o deputado, o correligionário está "bem abrigado, bem agasalhado, tem praticado exercícios e está bem-humorado". "Mas é claro que está indignado com essa perseguição que abate contra ele todos os dias por parte do Judiciário brasileiro", disse.
TSE não pode se antecipar
Também nesta segunda-feira, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, refutou a possibilidade de que a candidatura de Lula seja bloqueada sem que haja contestação prévia - ou "de ofício", como se diz no jargão jurídico. "O Judiciário não age de ofício, age mediante provocação", disse a ministra, em entrevista ao programa Canal Livre, da Band. Na semana passada, ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passaram a discutir nos bastidores a possibilidade de tomar a iniciativa de impedir Lula de ser candidato, para supostamente evitar um impasse durante a campanha.
Para Cármen Lúcia, candidatos como Lula são inelegíveis por causa da condenação em segunda instância, como previsto na Lei da Ficha Limpa. "Isso foi aplicado desde 2012. Eu não noto nenhuma mudança de jurisprudência no TSE. E o Supremo voltou a este assunto, este ano, e reiterou a jurisprudência e a aplicação da jurisprudência num caso de relatoria do ministro (Luiz) Fux, atual presidente do TSE."
Apesar do imbróglio envolvendo Lula, Cármen Lúcia crê que o caso do petista não chegará ao Supremo. "Nós temos uma Justiça Eleitoral muito presente, e isso é matéria eleitoral que irá pra lá. Acho que não chega ao Supremo."
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