Ativista conhecida na região, Kássia já desenvolvia um importante trabalho na luta pelos direitos dos quilombolas da comunidade borda do lago, que fica entre os municípios de Petrolândia e Tacaratu. Durante anos lecionou na escola da comunidade, levando até as crianças um conhecimento que vai além da grade curricular de ensino. ''Eu sempre consegui abordar assuntos que remetem aos nossos antepassados, aos curandeiros da comunidade e às lideranças. É feito todo um resgate da nossa história e no dia 20 de novembro temos um festival onde acolhemos outras comunidade e apresentamos várias manifestações culturais, como o maculelê'', explica a secretária.
Formada em pedagogia e pós graduada em psicopedagogia clínica, além de possuir diversas formações educacionais, oferecidas pelo Governo Federal, Rita dialoga com a gestão municipal em nome da comunidade desde 2005 e diz sempre ter tido apoio da prefeitura que abraçou a causa e sempre olhou as solicitações com muito respeito e sensibilidade.
Ela já foi auxiliar de serviços gerais, merendeira, professora de escola quilombolas e sempre fez a diferença por onde passou. promovendo a valorização das suas raízes. Isso não passou despercebido e no fim de 2016 foi convidada a assumir na qual se encontra. ''Gosto de ajudar e defender o direito das pessoas. Quando veio o convite pensei e percebi que o trabalho era a minha cara", afirmou.
Petrolândia ainda teve entre as 30 Mulheres de Expressão a prefeita de Petrolândia, Janielma Souza, a artesã Fátima Belém, presidente da Associação de Artesãos e Agropecuaristas de Petrolândia - Café com Arte, Dona Bezinha e Dona Deta.
Com mais de 20 anos de ativismo no currículo, Cássia participa constantemente de fóruns e encontros que debatem os direitos e a representatividade dos remanescentes quilombolas. Segundo ela, durante a caminhada surgiram vários 'nãos', mas eles nunca foram capazes de desmotiva-las. ''é minha maneira de resistir'', explica.
Apesar de morar na cidade, Rita de Kássia ainda mora na comunidade quilombola onde nasceu e criou-se, local onde atualmente abriga mais de cem famílias cujo meio de subsistência é a agricultura e o artesanato. Apesar dos constantes questionamentos, ela diz que não pretende sair de lá nunca. ''Não posso deixar o meu lugar, meu berço, minha casa. É lá que coloco meu pé no chão, danço, corro e sou feliz. É lá que posso dizer para o meu povo, vamos à luta''.
Blog de Assis Ramalho
Com informações da Revista Movimentto
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