segunda-feira, abril 23, 2018

Passagem de Marília Arraes pelo Sertão é marcada pelo populismo

Marília Arraes durante passagem por Serra Talhada. Foto: Reprodução.

Coluna Pega-Fogo

No final da última semana, a vereadora do Recife e pré-candidata a governadora, Marília Arraes (PT), esteve em caravana pelo Sertão de Pernambuco, onde se reuniu com lideranças políticas, nas cidades de Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, Flores e Sertânia.

Durante sua caminhada pelo interior, um traço da personalidade do seu avô, Miguel Arraes, foi notório. Apesar de ter apenas um cargo de parlamentar, no Recife – que dista há mais de 400 quilômetros do Sertão – sua força política e popularidade é expressiva entre os trabalhadores rurais e os sertanejos, assim como a do seu avô.

Com uma candidatura lançada pelo prefeito Luciano Duque (PT), em Serra Talhada, seu projeto político avassalou o interior e sua candidatura permanece viva, apesar das dificuldades de consolidar apoio partidário e palanque para a corrida ao Palácio do Campo das Princesas.


Enquanto o governador Paulo Câmara, seu adversário de primeira hora, tenta a redenção da sua legenda (Partido dos Trabalhadores), Arraes continua percorrendo todas as cidades de Pernambuco, com entusiasmo e muita garra.

Muitos políticos já teriam desistido de ser candidato contra a máquina pública (Governo do Estado), a essa altura da corrida eleitoral, no entanto, Marília Arraes parece não ter essa preocupação, e durante as reuniões que participou no interior, defendeu o legado do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e a candidatura própria.

Por outro lado, o senador Humberto Costa, seu aliado de partido, não acredita na candidatura e pressiona a Executiva do PT nacional para se alinhar ao PSB de Paulo Câmara, em Pernambuco.


Mesmo com essas controvérsias da aliança entre PT e PSB, Marília Arraes puxou ao seu avô, que teve que resistir a Intervenção Militar de 1964. Muitos acreditam que o legado de Arraes não tem convergência com o PT, porém, os anais da história discordam.

Em 1962, Miguel Arraes foi eleito governador pelo Partido Social Trabalhista (PST), implementando durante seu mandato um governo de esquerda, e o maior marco daquela época foi o “Acordo do Campo” – estabelecendo igualdade de salário mínimo para os trabalhadores rurais dos canaviais da Zona da Mata.

Depois de quase seis décadas, uma autêntica representante da Família de Miguel Arraes, se coloca à disposição para concorrer ao Governo do Estado, e defendendo os mesmos interesses. Coincidência ou não, a história parece que confirma essa postura relutante e de esquerda que Marília Arraes tanto se identificou ao ter sua ficha de filiação ao PT abonada por Lula, há dois anos atrás. E, agora, sua candidatura ao Governo caminha para se tornar realidade.

DESESPERO – Com a ascensão da neta de Miguel Arraes, o senador Humberto Costa mostra desespero político ao perder protagonismo dentro do Partido dos Trabalhadores, após o fortalecimento e crescimento da candidatura de Marília Arraes.

Nos bastidores da política, há rumores de que uma pesquisa eleitoral coloca Marília Arraes e Paulo Câmara em situação de empate técnico para a corrida eleitoral deste ano. Esses números têm preocupado o senador petista que, recentemente, afirmou que o PT nacional fará uma consulta para avaliar o cenário eleitoral em Pernambuco.

ESTRATÉGIA – O empresário social, Antônio Souza (Rede), lançou, próximo a corrida eleitoral, um curta-metragem contando sua história de vida, que viralizou nas redes sociais.

Diferente dos demais candidatos, que pretendem disputar o senado, o empresário, de raiz Sertaneja, aposta no sentimentalismo para alcançar o eleitorado e realizar um grande projeto denominado “Zona Franca do Sertão” – nos moldes do que existe em Manaus. Se vai dar certo ou não a estratégia de marketing ninguém sabe, no entanto, Antônio continua empolgado com sua pré-candidatura ao Senado.

NINGUÉM ESCAPA – O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR), pôde sentir como anda a insegurança em Pernambuco, neste último sábado (21), quando foi alvo de assaltantes na rodovia BR-232, em Moreno.

Pelo visto, nem os aliados do Governador Paulo Câmara (PSB) escapam das mãos dos criminosos. É uma crise sem fim, essa da segurança pública.

DEPOIS DA TRAIÇÃO – O Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Pernambuco agora só vive criticando a Justiça por ter prendido o ex-presidente Lula, no entanto, o fundamento é a busca de uma aliança entre PSB e PT. Realmente, se o Partido dos Trabalhadores se unir à Frente Popular mostrará para o povo pernambucano que não tem escrúpulo, e pior, se tornará apenas mais uma “sigla de troca” na corrida ao Palácio do Campo das Princesas.

CARTEL – Em Petrolina, cidade do ex-ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (DEM), tudo indica que existe um cartel para manipular os preços da gasolina.

Na cidade interiorana, o combustível chega a custar entre R$ 4,70 e 4,80. Na capital do sertão, nem os empresários estão conseguindo encher o tanque, com a prática abusiva e manipuladora dos preços.

Antes de deixar o cargo, o deputado Fernando Filho prometeu que os preços do combustível iriam cair, assim como o do gás de cozinha e de outros energéticos, no entanto, até o momento, nem a queda da inflação e da taxa de juros provocou essa diminuição nos preços. Parece que o Mercado de Investimento não tem respondido da mesma forma que o Mercado Monetário no Brasil, e a crise só se alastra no setor.

PERGUNTA DE FOGO – Quem será o candidato da coligação “Pernambuco Quer Mudar”?


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