Polícia Federal faz apreensão em residência no bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife, durante a operação Decimus (Foto: Bruno Grubertt/TV Globo)
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (10), a Operação Decimus, que investiga irregularidades em duas empresas de segurança privada no Recife. Durante a ação, um oficial da Polícia Militar de Pernambuco foi detido. O tenente-coronel estaria de posse de arma sem autorização e seguiu para a sede da PF para prestar esclarecimentos, segundo informações iniciais.
Os investigadores apuram a relação do oficial da PM, identificado como Pérsio Araújo Ferraz, com uma das empresas de segurança alvo da operação, apesar de, oficialmente, ele não constar como sócio da mesma. Na residência dele, a PF localizou seis revólveres sem registro do órgão, quase R$ 200 mil, 30 mil dólares e diversas folhas de cheque.
As investigações começaram em março, depois que as duas empresas entregaram documentos considerados falsos para renovar a autorização de funcionamento. Os policiais acreditam que as empresas estão interligadas e seriam pertecentes às mesmas pessoas. "Há uma falsidade ideológica na constituição dessas empresas", aponta o delegado Renato Madsen.
O tenente-coronel é lotado na Superintendência Militar e de Segurança Legislativa da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), segundo o site da casa. Em nota, a Secretaria de Defesa Social confirmou que o tenente-coronel Persio Araújo Ferraz é alvo de uma investigação preliminar.
"Em fevereiro de 2018, o órgão correcional recebeu a denúncia de que o PM seria proprietário de uma empresa de segurança privada. Os trabalhos prosseguem e, neste momento, dois oficiais da Corregedoria acompanham as investigações e os procedimentos adotados pela Polícia Federal no caso", diz o texto.
O G1 procurou a Alepe para falar sobre a prisão e aguarda retorno.
Apreensões
Até as 11h, a PF havia apreendido diversos documentos com indicação de movimentações financeiras suspeitas, celulares, documentos contáveis, armas, diversos cheques, além de quantia elevada de dinheiro.
Cinco mandados de busca e apreensão foram emitidos na operação, sendo dois na sede de duas empresas de segurança privada, nos bairros de Boa Viagem e Prado, e outros três no endereço residencial dos donos destas respectivas empresas, em Boa Viagem, na Cidade Universitária e na Madalena.
Os crimes investigados são uso de documento falso e formação de quadrilha, cujas penas somadas variam de um a dez anos de reclusão.
A ação da PF chamou a atenção da população. Imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram viaturas em Boa Viagem e na Madalena. O material apreendido foi encaminhado para a sede da Polícia Federal, no Cais do Apolo, onde passa por perícia técnica a fim de subsidiar as investigações ainda em andamento.
G1 PE
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