Manifestantes do MTST permaneceram em frente ao triplex, em Guarujpa, até meio-dia (Foto: Solange Freitas/G1)
MTST espalhou bandeiras no interior do triplex, em Guarujá (Foto: Divulgação/MTST)
MTST espalhou bandeiras no interior do triplex, em Guarujá (Foto: Divulgação/MTST)
MTST e Frente do Povo ocuparam triplex atribuído a Lula, em Guarujá (Foto: Arquivo Pessoal)
Os manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo, que ocuparam o triplex atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Guarujá, no litoral de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (16), desocuparam o local após negociação com a Polícia Militar. A ocupação durou cerca de quatro horas.
Segundo informações da Polícia Militar, os manifestantes quebraram o portão do estacionamento e pularam as grades para conseguir forçar sua entrada no Edifício Solaris. Como ocorreram danos ao prédio, será registrado um boletim de ocorrência na Delegacia Sede da cidade. Agora, a PM segue fazendo vistoria no apartamento.
O integrante do MTST Josué Rocha explica que os manifestantes saíram do local por volta do meio-dia e não há mais ninguém em frente ao prédio. "A Polícia Militar deu um prazo para sairmos, senão, poderia ter ação de reintegração e prisão dos manifestantes", conta.
Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8h30. "Se o triplex é do Lula, podemos permanecer. Se não é, por que ele está preso?", argumenta Rocha. De acordo com ele, mais de 50 pessoas permaneceram dentro do triplex, e outros 100 manifestantes estavam em frente ao prédio.
O grupo estendeu faixas com as mensagens "Povo Sem Medo", "Se é do Lula, é nosso" e "Se não é, por que prendeu?", na sacada do triplex. "Queremos provocar essa discussão. Eles não têm provas de que o triplex é do Lula, não há nenhuma prova da propriedade, a condenação é uma farsa", conta o manifestante.
Rocha ainda explica que a entrada no triplex foi pacífica, sem nenhum registro de violência. Segundo informações da Polícia Militar, viaturas foram encaminhadas ao local logo no início do protesto para acompanhamento. A PM confirmou que a manifestação estava ocorrendo de forma pacífica.
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, participou desde cedo da manifestação no apartamento triplex. Ele anunciou o lançamento da sua pré-candidatura no dia 10 de março, em São Paulo.
O protesto foi realizado nove dias após Lula se entregar para a Polícia Federal em São Bernardo do Campo e ser encaminhado para Curitiba. Ele está preso desde o último dia 7, após permanecer por dois dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O caso triplex causou a condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é o primeiro ex-presidente do Brasil condenado por crime comum.
Triplex Guarujá
Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro após o magistrado entender que a construtora OAS pagou R$ 2,2 milhões em propina a Lula por meio da entrega do triplex e reformas no imóvel. O recurso foi analisado por três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, nesta quarta-feira, e Lula acabou condenado em segunda instância por três votos a zero. Os desembargadores ainda aumentaram a pena para 12 anos e um mês de prisão.
A Justiça Estadual de São Paulo ainda decidiu bloquear o apartamento triplex, que é investigado pela Operação Lava Jato. O leilão será realizado nos dias 15 e 22 de maio e os lances podem ser feitos pela internet.
G1
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