“É um daqueles casos em que a gente se lembra do ditado ‘a Justiça tarda, mas não falha’. Um crime que aconteceu há quase 12 anos não vai permanecer impune, isso gera um efeito social importante para prevenir novos crimes. A sociedade e, principalmente, os familiares da vítima finalmente terão uma resposta”, ressaltou o promotor de Justiça Daniel Mesquita.
Segundo ele, o processo se encontrava suspenso desde 2014, já que o acusado nunca havia sido localizado pela Justiça. A decisão teve a finalidade de paralisar a contagem do prazo prescricional, a fim de evitar que o acusado fosse beneficiado com o ato de ir para o Estado de Alagoas a fim de evitar responder ao processo penal.
Daniel Mesquita explicou que, ao assumir a Promotoria de Águas Belas, no início de março, empreendeu diligências para tentar levantar indícios sobre o paradeiro de Cristóvão Vidal de Souza. Uma informação muito relevante foi o registro profissional do acusado, que foi contratado nos anos de 2016 e 2017 para trabalhar como cortador de cana em uma usina na cidade de Penedo.
Com base nessa informação, o MPPE contatou a Delegacia de Polícia local. Os policiais identificaram que o acusado estava vivendo em um povoado chamado Cerquinha da Laranja, na zona rural de Penedo, inclusive tendo constituído família na localidade. Segundo Daniel Mesquita, nenhuma das pessoas que morava com o acusado sabia que havia um mandado de prisão em desfavor dele.
“O promotor tem esse papel proativo, de buscar a informação e as provas para concretizar a Justiça. Se as diligências não tivessem ocorrido, o acusado continuaria vivendo ao largo da lei, esperando a prescrição do crime. Também foi fundamental a integração com a autoridade policial de Alagoas, que vai permitir que o caso possa ser levado a julgamento”, complementou Mesquita.
Entenda o caso – Suely Barbosa Vidal, de 18 anos, foi assassinada em 29 de agosto de 2006 pelo marido, Cristóvão Vidal de Souza, na residência do casal, localizada na zona rural de Águas Belas. Os dois estavam casados há poucos mais de três meses.
Segundo a denúncia do MPPE, o acusado teria desferido várias coronhadas de espingarda contra a cabeça da esposa. Cristóvão chegou a confessar o crime para seu irmão, que trabalhava com ele como agricultor, e depois fugiu. Em março de 2012 o Ministério Público requereu a prisão preventiva do acusado em razão da sua fuga da Comarca de Águas Belas, pedido que foi aceito pelo Juízo no mês de maio.
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