quarta-feira, fevereiro 14, 2018

Juiz nega domiciliar e mãe segue presa com bebê de três dias, em SP

Mãe está na carceragem de uma delegacia em condições precárias com o filho de 3 dias. Foto: Reprodução

Uma mãe está presa com o filho de apenas dois dias na carceragem do 8º Distrito Policial, no Brás, em São Paulo. Jessica Monteiro, de 24 anos, e o marido Oziel Gomes da Silva, de 48 anos, foram detidos por tráfico de drogas na última sexta-feira. Ela foi autuada em flagrante com cerca de 90 gramas de maconha.

No domingo, quando deveria ir à audiência de custódia, a então futura mãe entrou em trabalho de parto e foi escoltada até o Hospital Municipal Inácio Proença de Gouveia, onde deu à luz o menino Henrico. Ao mesmo tempo, o advogado Paulo Henrique Guimarães Barbezane compareceu à audiência representando Jéssica, amparado pelo comunicado policial de que ela havia dado entrada no hospital. O juiz Claudio Salvetti D'Angelo, no entanto, decidiu manter a prisão, ignorando as circunstâncias do parto e o fato de ela ser ré primária.


Jéssica foi escoltada com o recém-nascido de volta à carceragem da delegacia. Está em uma cela de cerca de dois metros quadrados, suja, com mau cheiro, em uma espuma no chão com alguns cobertores, isolada dos outros presos. Policiais auxiliam com água morna para limpar o bebê, porém o local não dispõe de higiene.

O delegado José Willy Giaconi Júnior já fez o pedido à justiça para remover a mãe e o bebê da cadeia para um local um pouco mais adequado. "Nós estamos tentando junto à secretaria de administração penitenciária, na justiça, uma vaga em um hospital penitenciário que tenha mais condição de manter uma criança com apenas dois dias. Principalmente aqui que é uma cadeia. Numa penitenciária com sistema hospitalar, com assistência, teria muito mais condição do que aqui. Aqui é uma cela precária de passagem de presos. Ela está isolada dos outros presos com a criança. Nós temos que conseguir esta vaga e estamos brigando por isso".

O advogado de Jessica disse também que pediu relaxamento da prisão ou prisão domiciliar, mas foi tudo negado. Inclusive, pela promotora Ana Laura Ribeiro Teixeira Martins, que participou da audiência e também está grávida.

G1 SP

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