Durante os últimos anos não foram poucos os que escondiam a marca de liberal ou conservador.
Parece história do século 18.
Diante das conquistas sociais da “esquerda” ou o do PT, que aumentou o consumo das classes mais pobres, dizer-se de direita parecia estar-se contra esse novo momento.
Não havia espaço diante de uma sociedade encantada com os avanços, para teses de defesa do estado mínimo, diminuição de direitos trabalhistas, etc..
A repulsa da população era tão grande que partidos mudaram de sigla, a exemplo do PFL, que esteve prestes a ser extinto, e acabou virando Democratas, ou somente DEM; o PL, que virou PR. Todos escondiam o “L”. Parece que nem eles acreditavam mais no caminho ofertado pelo liberalismo.
Pois bem. Com os escândalos que envolveram o PT e partidos aliados, a falta de projeto de desenvolvimento sustentável para o país, os rombos nas contas públicas, a volta da inflação, os então mudos movimentos de “direita” (sempre entre aspas) – voltaram à cena.
Jovens interessados por uma “nova política”, grande parte dos empresários, a classe média, que, me parece, passaram a vivenciar mais de perto a política a partir de uma divisão boba cultivada, de conflitos entre pobres e ricos, nordestinos e sulistas, apresentaram-se ao debate.
Já ouvi muito, em vários encontros – com movimentos sociais e empresários (distintos, eles parecem se odiar!)- que a alternativa para o país se desenvolver está no extremo. Projetos discrepantes, equivocados por concepção, que nunca conseguirão unir nosso povo.
Temo que nas eleições que se aproximam, o povo brasileiro se deixe levar por essa dicotomia, e passe a imaginar que deve optar entre o “Fla ou o Flu”, como se não fosse possível reunir o que um e outro tem de melhor.
Não há projeto bom para o Brasil que não enxergue as desigualdades sociais e regionais; que não valorize o trabalho, que não compreenda que da história de exploração nasceram vítimas, segregados, marginalizados e sem oportunidades. Essa ainda é nossa realidade.
Por outro lado, não há projeto bom para o Brasil que não estimule a produção, o empreendedorismo, a desburocratização, a redução da carga tributária, que favoreça o surgimento e fortalecimento de empresas que gerem empregos!
Não há projeto sustentável que se tenha na assistência direta a solução para as desigualdades.
Não me parece difícil compreender que o caminho está no equilíbrio. É preciso incentivar a livre iniciativa, fomentar o mercado, sem desconhecer a realidade social dura em que vive grande parte de nossa população.
Para que as injustiças sejam corrigidas, o Estado deve cumprir seu papel Investindo nas áreas sociais: habitação, educação; políticas de distribuição de renda, oferecendo serviços públicos de saúde e assistência de qualidade para a população.
O poder público precisa promover políticas que permitam diminuir as desigualdades sociais e regionais, para que um dia possamos ter ricos e pobres, que é natural, mas com a consciência da nação de que não há vítimas, repito, e que todos vivem dignamente.
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