O crime ocorreu nesta casa (térreo) onde morava a vítima, no Ibura, Zona Sul. Foto: Nando Chiappetta/DP
"Esse monstro pegou ódio do menino porque ele sempre me defendeu nas brigas", contou Cilene, acrescentando que desde os sete anos o filho Iranílson já se colocava entre ela e o pai para impedir as agressões dele. Mesmo separados, o acusado fazia as refeições na casa de Cilene. E decidiu passar a festa de réveillon junto com a família no número 80 da Rua Pico da Neblina, Jardim Monte Verde, Ibura.
A festa organizada por Iranílson e a esposa Andreza Cícera da Silva reuniu amigos e parentes, incluindo o pai. A mãe que mora em Orobó, no Agreste, também foi participar do réveillon junto com a família. Uma das providências ao saber que Manoel participaria das comemorações de ano novo foi evitar bebidas alcoólicas na festa. "Ele fica agressivo quando bebe", lembrou a mãe.
Durante a festa Manoel saiu por alguns minutos e retornou já com uma faca. "Ele se aproximou de Iranílson como se estivesse dançando e, quando vimos, Iranílson já estava caindo com a mão no ferimento e pedindo socorro à esposa Andreza", contou Sandra Ivonete da Silva, 45, casada com um dos irmãos da vítima, Ivanilson Arthur, 28. Foi Ivanílson quem segurou o pai, tomou a faca e perguntou se ele tinha consciência do que havia feito. A própria família chamou a polícia e entregou o pai e a faca usada no crime.
Os vizinhos ajudaram a socorrer Iranílson para a Policlínica do Ibura, de onde foi transferido para o Hospital da Restauração (HR), no Derby, mas ele já chegou ao local sem vida."Disseram que o ferimento foi muito profundo, por isso ele não sobreviveu. O meu marido chorou muito e não conseguia fazer o reconhecimento do corpo do irmão no IML", contou Sandra. "Acabou com a vida do filho e destruiu a minha família. Não sei o que vou fazer agora", disse a viúva Andreza.
Encostada numa mureta do primeiro andar acima da residência do filho assassinado pelo ex-marido, Cilene chorava quase alheia à conversa dos parentes. Policiais informaram que eles teriam que testemunhar em até doze horas. Mas, pelo menos Cilene não parecia disposta a ir à delegacia. "Quando eu morava em São Paulo, Manoel deu um murro no meu nariz. A polícia foi chamada e ficou por isso mesmo. Não acredito em Justiça", resumiu.
Segundo a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), Manoel Arthur da Silva Filho foi preso e autuado por homicídio doloso contra o filho por "um desentendimento entre pai e filho". O sepultamento será nesta terça-feira, no cemitério de Santo Amaro.
Por Diário de Pernambuco
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.