quinta-feira, janeiro 18, 2018

Ex-prefeito de Campo Grande (AL) é preso por determinação da Justiça

Imagem ilustrativa

O ex-prefeito de Campo Grande Miguel Higino, foi preso na noite de quarta-feira (17) em um posto de combustíveis, a pedido do Ministério Público Estadual. Ele é acusado de desviar milhões dos cofres públicos.

O pedido de prisão foi feito pela juíza Renata Malafaia Vianna. Segundo o promotor de Justiça Kleber Valadares, o ex-prefeito se utilizava da mesma prática criminosa que levou seu tio, Arnaldo Higino, atual prefeito de Campo Grande à prisão

Os desvios de recursos detectados pela Promotoria são referentes a merenda escolar, prestação de serviço de terraplanagem, à construção, ao Programa de Dinheiro Direto na Escola (PDDE), material de expediente, de informática e material hospitalar.

Tio e sobrinho são acusados de usurpar verba pública, utilizando um esquema de notas "esquentadas" por empresários sem que houvesse o fornecimento real das mercadorias. O lucro para ambos sempre foi de 90%, enquanto os empresários rateavam os 10% restantes.


"Eles tinham empresários certos que emitiam notas de diversos serviços, responsáveis exclusivamente por isso, para justificarem o desvio do dinheiro público. No entanto, nenhuma mercadoria, a exemplo de material hospitalar , era entregue", ressalta o promotor.

No final do mandato, mais especificamente nos dias 27 e 28 de dezembro, o ex-prefeito fez transações de valores altos, acima de R$ 100 mil. As falcatruas levaram Miguel Higino a ser afastado pela Justiça, em outubro de 2013, por tais irregularidades.

Segundo o promotor, a Promotoria de Girau do Ponciano tem anexada ao inquérito, em desfavor de Miguel Higino, "uma pilha de notas que comprovam os desvios. Um dos motivos que fundamentaram a prisão de Miguel Higino foi um áudio em que ele orienta um suposto comparsa do esquema.

"Ele, o Miguel, além de praticar uma série de crimes, desviar o dinheiro público, ainda deu orientações ao comparsa para evitar a prisão. Orientava a trocar o chip do celular, a fugir da cidade, a tomar toda precaução para não ser identificado ", afirma o promotor Kleber.

Valadares também explica que "a família formou um comando com o intuito de dominar a região, com a prática do mesmo crime, ocupando a prefeitura de Campo Grande, tanto na gestão do Arnaldo, como na do Miguel, quanto em Olho D'Água Grande, onde a esposa de Arnaldo era a prefeita, mas quem mandava era ele. Ainda queriam lançar a esposa do Miguel a prefeita de Craíbas ".

Também na quarta-feira (17), o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) analisou o pedido feito pelo MP e determinou que o atual prefeito de Campo Grande, Arnaldo Higino Lessa, retornasse à prisão.

G1 AL

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