quarta-feira, janeiro 24, 2018

Adolescentes nunca foram tão infelizes e culpa é do tempo perdido no smartphone


Nunca foi fácil ser adolescente. Seu corpo está se desenvolvendo (e provavelmente nunca foi tão estranho), os hormônios estão em ebulição e tudo que você mais deseja é envelhecer (spoiler: não é tão legal assim). Mas de acordo com um novo estudo, publicado nesta terça-feira (23) pelo periódico Emotion, os últimos anos têm sido ainda mais complicados para quem enfrenta esta fase da vida. E o motivo é simples: a ascensão das redes sociais e dos smartphones.

Os pesquisadores analisaram dados de uma pesquisa feita com jovens da 8ª série, 1º e 3º anos do colegial, conduzida desde os anos 90, chamada Monitoring the Future. O objetivo primário do estudo é entender a tendência no uso de drogas, mas uma das questões também envolve a satisfação dos jovens com suas próprias vidas, e é medida em uma escala de um a três – em que ‘1’ representa ‘não muito feliz’, 2 representa ‘bem feliz’ e 3 representa ‘muito feliz’. A amostra inclui mais de um milhão de adolescentes de 13 a 18 anos.

A análise surpreendeu os pesquisadores, que encontraram uma alta na autoestima e felicidade entre adolescentes durante os anos 90 e 2000, mas uma queda no bem-estar geral a partir de 2012. Neste ano, a média de alunos do 1º colegial ficou em torno de 2.06 enquanto, em 2016, caiu para 2.00. Apesar de representar uma mudança modesta, ela é mais abrupta (e maior) do que qualquer outro declínio visto nos anos anteriores.


A relação com os smartphones não surge de forma aleatória: 2012 foi o primeiro ano, nos Estados Unidos, em que mais de 50% dos americanos afirmaram possuir um aparelho – entre os adolescentes, o número chegou a um terço. Em 2016, o alcance subiu para três quartos.

Segundo a líder da pesquisa, Jean Twenge, professora de psicologia na Universidade de San Diego, o curto período em que a queda ocorreu torna a identificação do problema mais fácil. “A maior mudança na vida de adolescentes entre 2012 e 2015 foi a ascensão dos smartphones. É difícil pensar em qualquer outro aspecto que possa ter impactado tanto a vida destes jovens”, afirmou a americana ao site Gizmodo.

A teoria se sustenta ao analisar diferentes grupos de adolescentes e o tempo que eles gastam utilizando smartphones, assistindo TV e realizando atividades sociais. Especialmente entre alunos da 8ª série e 1º ano do colegial, o coeficiente de felicidade era menor dentre os grupos que passavam mais tempo utilizando smartphones.

Twenge se apoia em outro estudo para corroborar sua tese: em 2016, pesquisadores pediram que voluntários ficassem sem usar o Facebook por uma semana. O resultado? Eles ficaram mais satisfeitos com suas vidas e demonstraram emoções mais positivas.

Superinteressante

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