
Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF e João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco
Em palestra no III Encontro Nacional de Revitalização de Rios, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, reforçou a questão da má gestão dos recursos hídricos como fator principal desencadeador da grave escassez hídrica pela qual o Velho Chico está passando. Para ele, os fenômenos naturais contribuem para a crise e, em relação a isso, é necessário se criar uma nova mentalidade: “Estou convicto de que não podemos mais fazer as coisas do jeito que fazíamos até o final do século passado. Precisamos compreender que agora, mais do que nunca, é importante que a humanidade como um todo mude de comportamento. Mudar comportamento é uma das tarefas mais complexas do ponto de vista da natureza humana. Mas se não mudarmos, a natureza nos obrigará a isto de uma forma drástica”, ressaltou.
De acordo com Anivaldo, conjugada ao momento de extremos climáticos que o mundo enfrenta atualmente, está a crise de gestão. “A questão está em todos os segmentos do país, mas, em se tratando da gestão dos recursos hídricos, essa é a que mais nos afeta”, diz. Segundo ele, o Brasil apresenta algumas ilhas de excelência de gestão em recursos hídricos, e Minas Gerais é uma delas. Porém, nos últimos anos, assim como a Bahia e o Rio Grande do Sul, vem experimentando um retrocesso lamentável. Em um apelo ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, o presidente pediu que o órgão apoie de fato os Comitês de Bacia de Minas Gerais. “É necessário que os comitês sejam fortalecidos e que os recursos oriundos da Cobrança sejam imediatamente entregues aos comitês em sua totalidade, sem cortes, sem delongas, porque isso é uma obrigação do governo de Minas Gerais”, enfatizou.