Em diversos estados do país, grupos discutem, avaliam e até planejam o futuro de um país que não existe. São pessoas que dividem culturas e geografias em comum e não se reconhecem como brasileiros. Alguns, como os que defendem a independência de Pernambuco, ainda estudam as vantagens e desvantagens de tornar-se uma região autônoma. Outros, como os dos estados do Sul, planejam um plebiscito que reconheça a vontade da maioria da população em separar-se do resto Brasil. Apesar das motivações distintas, os grupos têm um mesmo fim: fazer parte de um país que tenha a sua cara.
Pernambuco acima de tudo
O grupo que discute um Pernambuco independente do resto do Brasil nas redes sociais surgiu de um morador da cidade de Newark, nos Estados Unidos, a seis mil quilômetros de distância do Recife. O professor de artes marciais Jonas Correia começou a pensar em separatismo ao perceber uma diferença cultural entre os pernambucanos e os brasileiros de outros estados. “Há muitos imigrantes aqui e nós não nos parecemos com eles. A culinária, os hábitos, o modo de encarar o dia a dia, a forma de falar e até a personalidade é diferente. Fui me afastando da definição de ‘povo brasileiro’ principalmente porque não gostava que pensassem que eu fazia de um povo com o qual não me identifico”, explica.