“O presidente Temer sempre foi alvo de macumba, de trabalho feito, de inveja”, justifica Pai Uzêda, que recebeu R$ 5 mil pela "limpeza" (Foto: Filipe Cardoso/PMDB)
Badalado no meio político, mas não tão querido assim oficialmente por deputados, senadores e governantes, o pai de santo fluminense Roberval Uzêda, mais conhecido como Pai Uzêda, esteve em Brasília nesta terça-feira (19/12) com um propósito nobre: benzer o presidente Michel Temer (PMDB). Segundo o religioso, o objetivo é “tirar os trabalhos de macumba” contra a vida do chefe do Executivo. O ritual ocorreu durante a convenção do PMDB, que reuniu a cúpula nacional do partido no Centro Internacional de Convenções, na capital federal.
Orgulhoso por carregar uma credencial enorme, com o nome “convidado”, sob colar artesanal de madeira, Pai Uzêda não titubeia ao dizer que saiu do Rio de Janeiro a convite de “senadores, deputados e políticos do PMDB”. Mas, ao desligar a câmera, entrega: “Vim atender a um pedido da primeira-dama [Marcela Temer]”. E justifica a inusitada solicitação: “O presidente Temer sempre foi alvo de macumba, de trabalho feito, de inveja”, garante. O Palácio do Planalto não confirmou a declaração.
A coluna Janela Indiscreta, do site Metrópoles, foi ao encontro do babalorixá no Hotel San Marco, no centro de Brasília. Conforme combinado, pedido ao chegar ao local: interfonar para a suíte 205. No saguão, bastante movimentado, inúmeros militantes e participantes da convenção peemedebista. “Vim a convite do partido, tanto é que estou aqui neste hotel, pago pela legenda”, confidencia Pai Uzêda.
Durante a conversa, que durou 10 minutos, o babalorixá foi categórico: diz ter encontrado três cabeças de burro nos jardins do Palácio do Planalto. E vários “trabalhos” – entre eles, oito bonecos vodus escondidos na área de segurança – contra nomes conhecidos do partido, como o ministro Moreira Franco e o senador Romero Jucá, além do casal oficial.
Pai Uzêda diz ter queimado tudo com sal grosso e “defumado” o palácio para espantar os maus espíritos.
E quem fez as macumbas palacianas? “Uma pessoa muito próxima da ex-presidente Dilma Rousseff”, diz Pai Uzêda, sem revelar o nome. O babalorixá diz que chegou a se encontrar algumas vezes com a petista, mas preferiu, segundo ele, afastar-se da então poderosa quando passou a ser alvo de gargalhadas por causa de suas previsões: “Não deu balela pra mim, não acreditou em mim. Depois, quando aconteceu o que eu disse, a assessoria me procurou, mas não retornei”, recorda.
Para o atual presidente, o pai de santo tem boas previsões. Segundo ele, Temer já passou pelos piores momentos de seu governo. E garante que Michel Temer vai surpreender o país, ao ponto de conseguir emplacar o sucessor em 2018.
Questionado sobre o valor cobrado para fazer os trabalhos espirituais, Pai Uzêda despista. “Um padre cobra, um pastor cobra. É óbvio que não me deixaram na mão.” Segundo fontes ouvidas pela coluna, o “não deixar na mão” custou R$ 5 mil.
Metrópoles
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