A Caravana se encerra no próximo dia 15 com o Fórum Social das Águas em defesa das águas e do Rio São Francisco, em Petrolândia. O evento deve reunir cerca de 5 mil pessoas para discutir formas de desenvolvimento de ações em defesa do rio São Francisco e contra a privatização da Chesf e é promovido pela Diocese de Floresta.
A primeira etapa da segunda Caravana Popular pela Democracia, das águas e do Rio São Francisco da Frente Brasil Popular de Pernambuco já está na estrada, desde o último sábado (09). A Caravana percorre os municípios do território do Sertão de Itaparica, às margens do rio São Francisco e tem como tema principal a luta contra a privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). A programação vai passar por seis municípios: Jatobá, Itacuruba, Ibimirim, Inajá, Floresta e Petrolândia.
O primeiro município a receber a passagem da Caravana foi Jatobá, onde houve intervenção e diálogo na Feira do município, reunião com as lideranças comunitárias, sindicatos e movimentos populares da região e intervenções na Igreja Católica de Jatobá. Seu Heleno Martins, tem 65 anos e é feirante em Jatobá, “para nós a Chesf é tudo, é a vida desse lugar. É por ela que vem emprego e em renda”, afirma.
Janilda Ferreira é ribeirinha, tem 60 anos e comercializa sua produção na Feira de Jatobá, na banca dela tem feijão maduro, muitas hortaliças e verduras, tudo regado com as águas do São Francisco. Mesmo morando e produzindo na terra a mais de 50 anos ela inda não tem o documento de posse da terra e fica apreensiva que com a privatização da Chesf e do Rio ela e sua família sejam expulsas, “se fechar a chesf não se ficamos na nossa beirinha de rio, vamos lutar para ninguém tirar o São Francisco da gente”, diz.
A segunda parada da Caravana foi no domingo (10) na cidade de Itacuruba. O pequeno município tem 5.200 habitantes. A Itacuruba velha, como chamam os habitantes a chamam foi inundada em 1988 pela Barragem de Itaparica, o que, de acordo com Neuma Souza, assessora da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pernambuco (Fetape), enfraqueceu a economia do município pois houve muita migração de trabalhadores para os perímetros irrigados municípios vizinhos. “Itacuruba é conhecida como a cidade da depressão porque depois do alagamento da cidade velha e a mudança para cidade nova muitas pessoas foram diagnosticadas com depressão”, conta Neuma.
Marta Rodrigues, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e integrante da Caravana Popular ressalta que é uma cidade que conhece o processo de privatização da água, porque viveu isso em seu território e por isso sua população também se engajada na luta contra a privatização da Chesf, “as empresas estatais devem estar a serviço do povo brasileiro para garantir soberania” e não podem ser vendidas, aponta Marta.
Após a passagem nos municípios a Caravana se encerra no próximo dia 15 de dezembro com o Fórum Social das Águas em defesa das águas e do Rio São Francisco, em Petrolândia. O evento deve reunir cerca de 5 mil pessoas para discutir formas de desenvolvimento de ações em defesa do rio São Francisco e contra a privatização da Chesf e é promovido pela Diocese de Floresta.
Participam da Caravana Popular pela Democracia a Brigada de Agitação e Propaganda Clodomir de Moraes do Movimento dos Pequenos Agricultores, o Levante Popular da Juventude, a Consulta Popular, Pastoral da Juventude Rural (PJR) e demais movimentos da Frente Brasil Popular.
Brasil de Fato
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