Um morador da cidade de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, é a terceira morte causada por arboviroses este ano no estado. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou o caso por meio do boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira, mas não soube precisar idade e sexo da vítima.
Os outros dois óbitos foram motivados pelo vírus da dengue, sendo um de uma adolescente de 16 anos de Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife (RMR) e outro de um idoso de 67 anos, morador do bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife. A adolescente de 16 anos morreu em fevereiro. Depois de passar mal, ela foi socoorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruz de Rebouças, em Igarassu, e de lá encaminhada para o Hospital da Aeronáutica, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. A causa do óbito só foi confirmada em novembro, após uma segunda análise de amostra das vísceras da vítima. Já o idoso faleceu no dia 21 de abril, mas que teve a morte informada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) em maio. O caso do foi considerado como febre hemorrágica, no tipo 2 da dengue. O paciente, que sofria de esquizofrenia, faleceu no primeiro atendimento médico, num quadro que evoluiu com sinais de choque com hipotensão arterial, extremidades frias e cianose, além de dor abdominal.
O boletim registrou, entre os dias 1º de janeiro e 18 de novembro deste ano um total de 113 mortes notificadas por arboviroses e 45 delas descartardas. Em 2016, no mesmo período, foram notificados 407 óbitos suspeitos. De acordo com a SES, é importante ressaltar que o diagnóstico laboratorial positivo dos óbitos, para qualquer uma das arboviroses, não necessariamente confirma esta arbovirose como causa do óbito. Esta avaliação, para descarte ou confirmação, depende de minuciosa investigação domiciliar e hospitalar do óbito e da discussão de cada caso no Comitê Estadual de Discussão de Óbitos por Dengue e outras Arboviroses.
No período estudado, em relação à dengue foram notificados 15.097 casos em 179 municípios, sendo confirmados 4.610 e descartados 6.354. No mesmo período no ano passado foram 113.532 casos suspeitos, uma redução de 86,7% em relação a 2017. Já os casos de chikungubya receberam 4.456 notificações em 136 municípios, sendo confirmados 1.082 e descartados 2.386. Em 2016, no mesmo período, foram notificados 60.678 casos (uma redução de 92,7% em relação aos dados de 2017). Em relação ao Zika, foram notificados 712 em 95 cidades,nenhum ainda confirmado e 334 descartados. Em 2016 no mesmo período, foram notificados 11.353 casos, uma redução de 93,7% em relação aos dados de 2017. Um total de 222 gestantes foram notificadas com exantema e 30 delas apresentaram resultado laboratorial positivo para dengue, 15 para chikungunya e quatro para dengue e chikungunya.
De acordo com o 6º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), que monitora a quantidade de imóveis com a presença de larvas do mosquito, 132 municípios estão em situação de risco para transmissão elevada das arboviroses, sendo 44 em situação de risco de surto e 88 em situação de alerta. Outros 50 apresentaram índices satisfatórios, o maior quantitativo desde o 1º LIRAa deste ano. "É importante esse aumento no número de municípios com situação satisfatória, mas temos 71% das cidades pernambucanas em risco de surto ou situação de alerta. Com a proximidade do verão, que tem o clima ideal para que o mosquito Aedes aegypti se prolifere, precisamos continuar reforçando a importância de todos estarem vigilantes. Os municípios precisam intensificar suas ações de campo e de mobilização da sociedade. E todos nós pernambucanos precisamos continuar fazendo rondas periódicas nas nossas casas e nos entornos para descartar os recipientes que podem se tornar um local para depósito dos ovos do Aedes. Basta uma tampa de garrafa para que a larva se desenvolva, o que mostra a importância desse trabalho", afirma a gerente do Programa de Controle das Arboviroses da SES, Claudenice Pontes.
Diário de Pernambuco
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