Dos 204 reservatórios analisados, 119 operam no limite de suas capacidades ou já apresentam déficits frequentes no atendimento às atuais demandas.
Um estudo coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA) analisou a situação de 204 reservatórios do Semiárido brasileiro com capacidade total de armazenamento de mais de 31 mil hm³ (hectômetros cúbicos), ou mais de 31 milhões de metros cúbicos de água. As análises indicam que apenas 85 deles possuem condições de atenderem a novas demandas e que 119 reservatórios estão no limite de suas capacidades de armazenamento. O estudo intitulado “Reservatórios do Semiárido Brasileiro: Hidrologia, Balanço Hídrico e Operação” foi lançado nesta quarta (29) durante o XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, em Florianópolis (SC) e pode ser consultado no site da ANA.
Elaborado para ofertar aos gestores públicos informações hidrológicas de referência para a região semiárida brasileira, o estudo apresenta informações sobre os principais açudes e seus sistemas hídricos, incluindo características físicas, operacionais e dados hidrometeorológicos atualizados.
De acordo com o material, os 204 reservatórios analisados representam mais de 80% da capacidade de armazenamento existente no Semiárido. Desse total, 154 açudes constituem mananciais para suprimento hídrico de sedes urbanas e 198 são fontes de água para a população rural, abastecendo mais de 10 milhões de pessoas.
Para definição do balanço hídrico dos reservatórios analisados foram estimadas as quantidades de água demandadas pelos usuários e consideradas as características do Semiárido, além de parâmetros relacionados à realidade socioeconômica da população. Os tipos de usos identificados no estudo foram: abastecimento humano, dessedentação animal, irrigação, abastecimento industrial e diluição de efluentes domésticos e industriais.
O estudo da ANA foi estruturado de forma a permitir uma melhor compreensão dos dados apresentados por sistemas de reservatórios, agrupados em cinco bacias hidrográficas: i) dos rios Apodi, Curimataú e Paraíba (PB e RN); ii) Piancó-Piranhas-Açu (PB e RN); iii) Jaguaribe (CE); iv) Acaraú, Curu, Pacoti e Parnaíba (CE e PI); e v) Capibaribe, Contas, Ipojuca, Jacuípe, Vaza-Barris e Bacias Afluentes do Rio São Francisco localizados na Bahia, em Minas Gerais e em Pernambuco. Esse agrupamento resultou numa relação de 40 Sistemas Interligados que pode ser consultada no estudo.
Segundo Sérgio Ayrimoraes, superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, o estudo fornece informações de extrema relevância para a gestão dos recursos hídricos. “O relatório foi elaborado com o intuito de oferecer subsídios para que as decisões sejam tomadas a partir de uma visão integrada e atualizada, o que consideramos fundamental principalmente por se tratar de uma região que vive o sexto ano de estiagem e agravamento da escassez hídrica”, disse.
Para conhecer o Relatório Síntese e os anexos com especificações das cinco bacias hidrográficas analisadas acesse www.ana.gov.br.
Assessoria de Imprensa ANA
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