sexta-feira, novembro 17, 2017

Alepe aprova norma para garantir abate humanitário de animais


Diminuir o sofrimento dos animais na hora do abate. Esse é o principal objetivo de uma norma aprovada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) neste ano: a Lei n° 16.119/2017, originária do Projeto nº 1167/2017, de autoria do deputado Odacy Amorim(PT). Entre outras coisas, a regulamentação prevê, por exemplo, que as indústrias do setor padronizem e modernizem métodos, além de vedar tortura e técnicas que causem dor aos bichos.

Para o parlamentar, a regra garante respeito e dignidade aos animais, apesar de, na opinião dele, ainda não ser o ideal. “O melhor seria o regime vegetariano, mas nem todo mundo pode fazer isso”, declarou Amorim. Uma segunda preocupação do petista está relacionada à forma como o abate é realizado, que impacta a saúde dos consumidores. “Estudos mostram que, quando um boi vê o outro sendo abatido, libera uma carga de toxinas muito grande”, explicou.

O Brasil ocupa, atualmente, a quinta posição entre os dez países que mais consomem carne no mundo, segundo pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) realizada em 2016. Um relatório da produção pecuária divulgado em março deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela ainda que, no quarto trimestre de 2016 – período em que há maior procura pela carne bovina para as festas de final de ano – foram abatidos 7,41 milhões de cabeças de boi no País.

Pecuarista e administrador de um abatedouro frigorífico em Petrolina (Sertão do São Francisco), Cândido Roberto de Araújo se mostrou satisfeito com a nova regulamentação. “A lei parte do princípio de humanizar e melhorar a qualidade do produto final para consumo humano”, observou, ressaltando que seu abatedouro já realiza os procedimentos previstos. “Capacitamos os funcionários com o objetivo de causar o menor trauma possível ao animal. Os bichos são insensibilizados com a pistola pneumática, então perdem os sentidos para depois seguir para a sangria”, afirmou.

Além da técnica de insensibilização, a adoção de um corredor em forma de “S” – para evitar que um animal assista à morte de outro no percurso para o matadouro – também é exigida pela Política Estadual de Abate Humanitário de Animais. A norma ainda obriga os estabelecimentos a usar pisos antiderrapantes e rampas pouco inclinadas nos locais de abate de suínos e bovinos; a proteger os animais contra condições climáticas adversas; e, ainda, a separar aqueles que podem se ferir mutuamente, entre outras medidas.

Alepe

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