segunda-feira, novembro 06, 2017

Adagro fiscaliza transporte de bananas da BA para evitar entrada da praga Sigatoka Negra em PE


Bananas maçã e nanica são especialmente vulneráveis à Sigatoka Negra (Foto: SAA-SP)

No final de outubro, fiscais da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro) realizaram uma blitz na ponte que liga Petrolina e Juazeiro para fiscalizar o trânsito de vegetais entre os municípios. A finalidade é garantir apenas a entrada de produtos livres de Sigatoka Negra, praga de difícil controle que acomete as bananeiras. A equipe abordou 63 veículos vindos da Bahia com carga de banana e impediu que 15 deles entrassem no estado, pois não possuíam a Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), documento necessário para o transporte de cargas vegetais.

A ação contou com a participação dos fiscais da Adagro das regionais Petrolina, Surubim e Salgueiro, com apoio da Policia Rodoviária Federal (PRF), que deu todo o suporte necessário para que os fiscais realizassem a blitz.

Pernambuco é livre da Sigatoka Negra e, para garantir que ela não entre no estado, é necessário controlar o trânsito de locais que têm a praga, como a Bahia, com a exigência da PTV para a circulação de cargas. O controle de trânsito de vegetais evita a disseminação de pragas e prejuízos para o produtor, além de contribuir para a oferta de produtos de boa qualidade.

A sigatoka negra é uma doença fúngica, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet. Ela apareceu pela primeira vez em 1963, nas Ilhas Fiji, no Vale de Sigatoka continente asiático e no continente americano a doença foi detectada pela primeira vez em Honduras, em 1972; em 1979, já estava na Costa Rica; em 1981 foi registrada na Colômbia; em fevereiro de 1998 chegou ao Brasil nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant, no Amazonas, seguindo para o Acre, Rondônia, Pará, Mato Grosso em 1999 e, após 6 anos, chegou a São Paulo, em 2004. A existência da praga na Bahia foi confirmada no início deste ano.

A sigatoka negra se propaga por meio de dois tipos de esporos, conhecidos como conídios e ascósporos. Os conídios ou esporos assexuais se formam nos ápice dos conidióforos e ocorrem a partir dos primeiros estádios da lesão na folha, estes se desprendem dos conidióforos por ação da água e/ou vento. Os ascósporos ou esporos sexuais se formam posteriormente em manchas mais evoluídas de coloração branco-acinzentado principalmente nas folhas mortas ou necrosadas. Esta é considerada a fase mais importante na reprodução da doença, devido à alta produção e disseminação desses esporos pelo vento a grandes distâncias.

A duração do ciclo de vida do fungo é influenciada principalmente pelas condições climáticas, tipo de hospedeiro e manejo da cultura. Os esporos germinam, se houver água livre sobre a folha, em menos de duas horas e os primeiros sintomas podem aparecer após 17 dias. A disseminação do fungo é influenciada por fatores ambientais tais como: umidade, luminosidade, temperatura e vento, sendo que o vento e a umidade na forma de chuva são os principais responsáveis pela liberação dos esporos e disseminação da doença. A maior forma de disseminação se dá por meio das folhas infectadas.

Adagro e Infobibos

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