Durante evento de confederações trabalhistas nesta sexta-feira (20), em Porto Alegre (RS), a magistrada alegou que as novas formas de divulgação da Lista do Trabalho Escravo no Brasil deixam trabalhadores vulneráveis e protegem empresas que se utilizam dessa prática.
O Movimento Resistência, criado pelo Fórum Sindical de Trabalhadores (FST), começou uma campanha nacional de mobilização e conscientização de possíveis perdas de direitos ocasionadas pela entrada em vigor, a partir do mês que vem, da Reforma Trabalhista, além de fazer criticas às novas regras de divulgação da Lista do Trabalho Escravo no Brasil. Nesta sexta-feira (20), representantes das 27 confederações ligadas ao movimento realizaram uma assembleia em Porto Alegre (RS) e caminharam pelas rua do centro da cidade como uma forma de protesto, entregando para a população cartilhas alertando para o fato. Representantes de classe e magistrados se uniram ao fórum, na capital gaúcha, para denunciar as medidas do governo -- entre eles, a juíza Valdete Severo, da 4ª Vara do Trabalho.
"Queremos mostrar para a população como as reformas propostas pelo governo Temer são absurdas e usam o mentiroso argumento de geração de empregos para retirar a proteção da classe trabalhadora", explica Moacyr Roberto Auersvald, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH), uma das entidades organizadoras do movimento. O sindicalista também critica a portaria do Ministério do Trabalho que revê a divulgação da Lista do Trabalho Escravo no Brasil. "Revogaram ontem a Lei Áurea, autorizando uma portaria que protege o empresário que comente esse tipo de ato criminoso com seus trabalhadores. Coincidência ou não, a decisão agradou a Bancada Ruralista do Congresso às vésperas de mais uma votação de pedido de investigação do presidente Temer. Parece um jogo de cartas marcadas às custas da vida da classe trabalhadora", alerta Moacyr.
"É assustador que exista uma portaria nesse sentido praticamente liberando o trabalho escravo. Pegaram toda essa evolução das leis trabalhistas durante anos e estão tentando destruir. Temos muitos ofícios extremamente exaustivos e penosos que, se extrapolam o horário estabelecido em lei, podem ser considerados análogos à escravidão, como a extração da cana-de-açúcar. E pior, confederações ligadas ao setor patronal já se posicionaram a favor da portaria, é um efeito simbólico grave de apoio à uma Presidência da República que tem a coragem de liberar o trabalho escravo no Brasil", critica a juíza do Trabalho Valdete Severo.
Na próxima semana, o movimento se estende para outras capitais, com protestos em Cuiabá (MS), dia 22, Belo Horizonte, dia 26, e São Paulo (SP), São Luiz (MA) e Curitiba (PR), dia 27.
Assessoria de Imprensa CONTRATUH
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