Candidatos inscritos no concurso público do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), realizado no domingo (15), promovem, nesta sexta-feira (20), um protesto em frente ao Palácio da Justiça, sede do Judiciário estadual, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife. Os manifestantes pedem a anulação do certame, sob alegações de fraudes e não cumprimento do edital, além de outras irregularidades na aplicação da prova.
De camisa branca, nariz de palhaço e apitos, os concurseiros começaram a se reunir por volta das 10h30. Na internet, foi aberta uma petição pública, que já conta com mais de dez mil assinaturas, pedindo a anulação das provas, aplicadas pelo Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).
Segundo o mecânico Gilmar Gadelha, um dos candidatos inscritos no concurso, grupos no Facebook e no WhatsApp também foram criados para reunir quem se sentiu lesado durante a aplicação das provas.
“Vamos levar uma petição ao tribunal. Queremos a anulação e aplicação de novas provas, ou, no mínimo, a garantia de que uma investigação será iniciada. O edital é a lei do concurso e ele foi desrespeitado, por exemplo, durante a identificação dos candidatos ao entrar na sala, falta de detectores de metal e o gabarito, que era a mesma folha da prova dissertativa e, por isso, tinha identificação, quando não deveria”, disse.
Entenda o caso
Ao todo, 179.548 pessoas inscreveram-se para o certame, e alguns candidatos alegam irregularidades e suspeita de fraude na aplicação das provas da seleção. Na terça-feira (17), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) afirmou que recebeu um grande número de reclamações acerca do certame e que está fazendo a triagem das denúncias para, possivelmente, abrir um procedimento investigatório.
Segundo relatos de candidatos, uma das irregularidades diz respeito à folha de resposta para a prova discursiva. Um dos itens do edital do concurso proibia qualquer forma de identificação do candidato na folha destinada às respostas discursivas, mas, no entanto, a folha para a redação seria a mesma para o gabarito, onde constava dados como nome, RG e número de inscrição do candidato.
Além disso, os candidatos também denunciam não ter sido submetidos ao uso do detector de metal para entrada no local de prova e sala do exame, o que é de praxe nos concursos públicos para evitar fraudes no momento da prova.
TJPE e organizadora
Em nota, o TJPE afirmou que não tolerará irregularidades e que a "empresa atendeu a todos os itens estabelecidos no edital de licitação, sendo, por esse motivo, habilitada para a realização do certame".
O documento diz, ainda, que os questionamentos acerca do concurso podem ser encaminhados ao IBFC através do Serviço de Atendimento ao Candidato por meio do telefone (11) 4788-1430, de segunda a sexta-feira úteis, das 9h às 17h, considerado horário de Brasília (DF). Recursos também podem ser interpostos no site do IBFC.
Também por meio de nota, o IBFC afirmou que a tecnologia adotada “possibilita e garante que as provas discursivas sejam corrigidas online, com toda a segurança e garantia de anonimato” e, sobre haver uma identificação na folha de respostas, o instituto afirmou ser “necessária no início da prova, para que seja certificado que cada candidato tenha sua prova entregue corretamente, sem que haja qualquer tipo de troca”.
O IBFC diz, ainda, que “nunca enviou aos corretores o documento original para avaliação Vê-se, então, que o inconformismo apresentado não tem o menor fundamento para prosperar tratando-se mais de uma estratégia para desarticular a avaliação em prol de candidatos com baixo desempenho do que propriamente um apontamento de irregularidade no procedimento”.
G1 PE
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