O líder do governo no Senado e presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), disse hoje (13), após reunião da Executiva Nacional do partido, que a apresentação de uma eventual nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer deverá ser rejeitada pela Câmara dos Deputados, assim como ocorreu na primeira denúncia apresentada contra o presidente.
“Uma segunda denúncia deve ser acatada pela Casa [Câmara dos Deputados] com as desconfianças maiores do que a primeira, tendo em vista a conjuntura, o véu que caiu e se transportou aí todo um preceito de irregularidades que foram identificadas agora no final do mandato do senhor Rodrigo Janot”, disse Jucá. “Agora está se vendo que a organização é Janot, Marcelo Miller, mais alguns procuradores, Joesley [Batista], Sérgio Machado, [Nestor] Cerveró, Delcídio [Amaral]. Essas são as companhias de Janot que armaram esse circo”.
Segundo o senador, a delação premiada do operador financeiro Lúcio Funaro, homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, na semana passada, deve ter uma investigação aprofundada para ter validade. A perspectiva é que os fatos delatados por Funaro nas investigações envolvendo os processos em que o colaborador está envolvido sejam usados para basear acusações contra parlamentares, ministros do governo e o presidente Michel Temer.
“Acho que as delações premiadas montadas pelo Rodrigo Janot já deram exemplo do que são. A delação premiada, nessa altura do campeonato, tem que ser muito investigada, muito comprovada para se dar ouvido a ela. Até porque a Polícia Federal não investigou ainda essa delação. É um acordo entre o fornecedor e o procurador, ou seja, é um acordo entre amigos, tem que desconfiar”, disse o senador.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de nova denúncia contra o presidente da República, Michel Temer, Romero Jucá chamou o procurador-geral da República de “líder de facção”. Na avaliação de Jucá a decisão tomada hoje pelo STF de rejeitar a suspeição de Janot para atuar nas investigações relacionadas ao presidente, iniciadas a partir das delações da JBS, não vai interferir na atuação do Congresso.
“De forma nenhuma [a decisão do STF impacta ] no Congresso. O líder dessa facção, o Rodrigo Janot, vai ficar mais dois dias na Procuradoria-Geral da República, o que é lamentável. Porque está acabando [o mandato] de forma muito triste, muito melancólica. Aliás, como eu previ alguns dias atrás. Então, qualquer ato dele hoje está eivado de erros, raiva, de rancor, de tentativa de apagar o rastro de irregularidades para que a nova Procuradoria-Geral da República não encontrasse isso, mas parece que não está dando certo o plano”, disse o senador.
Procurado pela reportagem da Agência Brasil, a assessoria da PGR informou que Janot não irá se manifestar sobre as declarações do senador Romero Jucá.
Agência Brasil
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