Outra prisão preventiva é contra Gustavo Ferraz, nome ligado a Geddel nas investigações. A previsão é de que os dois sigam de avião para a sede da PF em Brasília. Além disso, agentes da PF devem cumprir 3 mandados de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pela 10ª Vara Federal de Brasília, a pedido do Ministério Público Federal (MPF) e da PF com o objetivo principal de evitar destruição de provas.
A prisão de Geddel ocorre três dias após agentes se depararem com caixas e malas abarrotadas de dinheiro vivo em um apartamento na capital baiana, durante a Operação Tesouro Perdido. Depois de 14 horas, usando sete máquinas, a PF chegou ao valor de pouco mais de R$ 51 milhões (R$ 51.030.866,40) - uma parte em dólares -, a maior apreensão de dinheiro vivo já feita pelo órgão.
A investigação apura se o ex-ministro, que ocupou a Secretaria de Governo no início do governo Temer, seria o dono do dinheiro. No local foram encontradas impressões digitais de Geddel e de Gustavo Ferraz.
Os milhões em cédulas foram armazenados na residência que teria sido emprestada a ele por um homem identificado como Silvio Silveira, um corretor de imóveis, para que Geddel guardasse os pertences do pai, já falecido. O corretou negou ter conhecimento do dinheiro no apartamento. O imóvel, localizado no Residencial da Silva Azi, tem três quartos e uma suíte está sendo vendido por R$ 600 mil.
Investigação
Geddel foi preso em 3 de julho, por ordem da Justiça Federal do DF e dias depois levado à prisão domiciliar, onde se encontra até hoje. Um dos responsáveis pela articulação política do governo de Michel Temer, ele deixou o cargo de ministro da Secretaria de Governo após seis meses no cargo, em novembro do ano passado, após polêmica envolvendo o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. Este o acusou de tê-lo pressionado para liberar uma obra na Ladeira da Barra, em Salvador.
No final de agosto, a Justiça de Brasília aceitou a denúncia da Procuradoria da República contra Geddel e o transformou em réu por obstrução de justiça, por tentar atrapalhar as investigações sobre desvios do fundo de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
Correio Braziliense
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