STJ determinou nessa quinta o retorno de Farah à cadeia pela morte e esquartejamento de paciente em 2003.
O ex-médico Farah Jorge Farah foi encontrado morto em sua casa, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, nesta sexta-feira (22), informou a polícia. Condenado a 14 anos e oito meses de cadeia por matar e esquartejar uma paciente em 2003, ele deveria ser levado de volta à prisão após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar, na quinta, a imediata execução provisória de sua pena.
Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, a polícia chegou ao local para levar Farah de volta ao presídio, bateu na porta e na janela e tentou entrar pelos fundos, antes de arrombar a casa. Um chaveiro foi chamado para abrir a porta da casa do ex-médico. Quando os policiais entraram, encontraram Farah deitado na cama, com um corte profundo na perna. O delegado acredita que Farah usou um bisturi para se matar.
Nico disse acreditar que Farah se suicidou cortando a via femoral. Havia um corte profundo na perna e grande quantidade de sangue ao lado do corpo. Uma equipe médica tentou socorrê-lo, mas Farah já havia morrido. Uma perícia seria realizada na tarde desta sexta. A hipótese é que ele tenha usado um bisturi.
"Como você sabe ele tem conhecimento médico. Eu sou leigo pra ver isso, estamos aguardando a perícia. Provavelmente ele cortou a via femoral, devido à quantidade de sangue. Ele mesmo sabia o que estava fazendo", disse o delegado.
Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, a polícia chegou ao local para levar Farah de volta ao presídio, bateu na porta e na janela e tentou entrar pelos fundos, antes de arrombar a casa. Um chaveiro foi chamado para abrir a porta da casa do ex-médico. Quando os policiais entraram, encontraram Farah deitado na cama, com um corte profundo na perna. O delegado acredita que Farah usou um bisturi para se matar.
Nico disse acreditar que Farah se suicidou cortando a via femoral. Havia um corte profundo na perna e grande quantidade de sangue ao lado do corpo. Uma equipe médica tentou socorrê-lo, mas Farah já havia morrido. Uma perícia seria realizada na tarde desta sexta. A hipótese é que ele tenha usado um bisturi.
"Como você sabe ele tem conhecimento médico. Eu sou leigo pra ver isso, estamos aguardando a perícia. Provavelmente ele cortou a via femoral, devido à quantidade de sangue. Ele mesmo sabia o que estava fazendo", disse o delegado.
Nico disse ainda que Farah já havia comentado com vizinhos que não iria voltar para a cadeia.
Roupas de mulher e música fúnebre
Roupas de mulher e música fúnebre
O cenário encontrado indica que o ex-cirurgião se preparou para o suicídio. O delegado afirmou que o ex-médico preparou um "ritual" para a própria morte, usando música fúnebre e vestindo roupa de mulher.
"Ele colocou uma música sinistra, uma música de terror, coisa estranha, fúnebre. Ele se vestiu com roupas de mulheres, colocou seio, colocou essas coisas, e atentou contra a própria vida", conta. "Ele fez um ritual pra morte."
Pena
Farah foi condenado em 2014 a uma pena de reclusão em regime fechado pelo assassinato e esquartejamento de Maria do Carmo Alves, que além de paciente era sua amante . Apesar disso, uma decisão de 2007 do Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que ele respondesse em liberdade.
Em agosto, o relator do caso, ministro Nefi Cordeiro, já havia atendido a um pedido do Ministério Público (MP) de São Paulo e votado pela imediata prisão do ex-médico Farah Jorge Farah. No entanto, houve um pedido de vista do ministro Sebastião Reis Júnior que levou a conclusão do julgamento para esta quinta-feira. Sebastião decidiu acompanhar o voto de Nefi Cordeiro. O STJ também negou recurso da defesa de Jorge Farah que pedia anulação do último júri.
O crime
Farah cometeu o crime 23 de janeiro de 2003 na clínica dele, em Santana, na Zona Norte da capital paulista. A vítima tinha 46 anos quando foi atraída para o local e morta pelo então médico, que queria pôr fim à relação conturbada que tinha com a vítima. O condenado tem 67 anos atualmente.
De acordo com a denúncia da Promotoria, Farah matou Maria após ela ir a seu consultório com a falsa promessa de que a submeteria a uma lipoaspiração. Em seguida, ele dispensou sua secretária e sedou a vítima.
Segundo o MP, após constatar a morte dela, Farah passou a esquartejar o corpo para dificultar a identificação. Ele cortou o corpo em pedaços, escondeu-os em sacos plásticos no porta-malas de seu carro. Os órgãos e o pescoço da vítima nunca foram encontrados pela Polícia Civil.
Dois dias depois, ele se internou numa clínica psiquiátrica e confessou o crime à família e à polícia. Posteriormente indicou o local onde havia deixado o corpo de Maria.
A defesa de Farah alegava que seu cliente havia matado a paciente e amante para se defender dela. Maria teria tentado atacar o então médico, que se defendeu com uma faca. Segundo os advogados Maria perseguiu Farah por mais de quatro anos, o que teria levado o réu a um "estado alterado", a ponto de matar para se proteger.
Em razão do crime, Farah foi proibido de trabalhar como médico anos antes dos dois julgamentos. Em 2006, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) determinou que ele não poderia mais fazer cirurgias.
Farah passou por dois julgamentos por conta do assassinato de Maria. O primeiro ocorreu em 2008, quando ele foi condenado à pena de 12 anos de reclusão. Mas esse júri foi anulado em novembro de 2013.
A Justiça atendeu recurso da defesa e marcou novo júri, que ocorreu em 15 de maio de 2014. Naquela ocasião, o ex-médico havia sido condenado a 16 anos de prisão em regime inicial fechado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. No ano passado, a Justiça diminuiu a pena do ex-médico para 14 anos e oito meses por ele ter confessado o crime.
"Ele colocou uma música sinistra, uma música de terror, coisa estranha, fúnebre. Ele se vestiu com roupas de mulheres, colocou seio, colocou essas coisas, e atentou contra a própria vida", conta. "Ele fez um ritual pra morte."
Pena
Farah foi condenado em 2014 a uma pena de reclusão em regime fechado pelo assassinato e esquartejamento de Maria do Carmo Alves, que além de paciente era sua amante . Apesar disso, uma decisão de 2007 do Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que ele respondesse em liberdade.
Em agosto, o relator do caso, ministro Nefi Cordeiro, já havia atendido a um pedido do Ministério Público (MP) de São Paulo e votado pela imediata prisão do ex-médico Farah Jorge Farah. No entanto, houve um pedido de vista do ministro Sebastião Reis Júnior que levou a conclusão do julgamento para esta quinta-feira. Sebastião decidiu acompanhar o voto de Nefi Cordeiro. O STJ também negou recurso da defesa de Jorge Farah que pedia anulação do último júri.
O crime
Farah cometeu o crime 23 de janeiro de 2003 na clínica dele, em Santana, na Zona Norte da capital paulista. A vítima tinha 46 anos quando foi atraída para o local e morta pelo então médico, que queria pôr fim à relação conturbada que tinha com a vítima. O condenado tem 67 anos atualmente.
De acordo com a denúncia da Promotoria, Farah matou Maria após ela ir a seu consultório com a falsa promessa de que a submeteria a uma lipoaspiração. Em seguida, ele dispensou sua secretária e sedou a vítima.
Segundo o MP, após constatar a morte dela, Farah passou a esquartejar o corpo para dificultar a identificação. Ele cortou o corpo em pedaços, escondeu-os em sacos plásticos no porta-malas de seu carro. Os órgãos e o pescoço da vítima nunca foram encontrados pela Polícia Civil.
Dois dias depois, ele se internou numa clínica psiquiátrica e confessou o crime à família e à polícia. Posteriormente indicou o local onde havia deixado o corpo de Maria.
A defesa de Farah alegava que seu cliente havia matado a paciente e amante para se defender dela. Maria teria tentado atacar o então médico, que se defendeu com uma faca. Segundo os advogados Maria perseguiu Farah por mais de quatro anos, o que teria levado o réu a um "estado alterado", a ponto de matar para se proteger.
Em razão do crime, Farah foi proibido de trabalhar como médico anos antes dos dois julgamentos. Em 2006, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) determinou que ele não poderia mais fazer cirurgias.
Farah passou por dois julgamentos por conta do assassinato de Maria. O primeiro ocorreu em 2008, quando ele foi condenado à pena de 12 anos de reclusão. Mas esse júri foi anulado em novembro de 2013.
A Justiça atendeu recurso da defesa e marcou novo júri, que ocorreu em 15 de maio de 2014. Naquela ocasião, o ex-médico havia sido condenado a 16 anos de prisão em regime inicial fechado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. No ano passado, a Justiça diminuiu a pena do ex-médico para 14 anos e oito meses por ele ter confessado o crime.
G1 SP
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