Segundo investigação do Ministério Público Federal, os controladores da JBS, organizados por meio da FB Participações, podem ter evitado uma perda de R$ 138 milhões com a venda de ações às vésperas de os executivos da empresa assinarem acordo de delação premiada.
A JBS foi alvo de busca e apreensão na Operação Tendão de Aquiles, que investiga uso de informação privilegiada por parte das companhias.
Acordo de delação
O acordo de delação dos executivos da JBS foi firmado em 3 de maio. Entre 24 e 27 de abril – dias antes, portanto – a JBS comprou cerca de 19,8 milhões de ações da própria empresa, segundo as investigações. Desse total, 7,2 milhões foram vendidas pela FB Participações – empresa que reúne os negócios da família Batista. A operação é considerada atípica.
Desde que a delação foi divulgada, as ações da JBS chegaram a perder quase 40% do seu valor. A empresa informou que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações".
Compra de dólar
Além da compra e venda de ações, a empresa é investigada por possíveis irregularidades em operações de câmbio. O pedido de investigação partiu da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que também apura o caso em processos administrativos. A CVM encaminhou a denúncia para o MPF fazer uma investigação criminal.
De acordo com as investigações, entre os dias 28 de abril, pouco antes da assinatura do acordo de delação, e 17 de maio, a JBS realizou diversas operações de câmbio aumentando sua posição em dólares. No dia seguinte, a moeda norte-americana disparou 8%.
G1
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