Wyzomirska foi conduzida coercitivamente junto com os outros suspeitos a prestarem esclarecimentos sobre o ocorrido. Ao todo são 27 pessoas entre servidores e empresários de quatro estados diferentes (AL, PE, SE e DF) que irão depor na PF. O teor das oitivas, porém, não foi revelado, mas o delegado afirma que há fortes indícios de que os produtos supostamente comprados com o dinheiro do SUS jamais foram entregues, apesar dos investigados terem afirmado o contrário. Se comprovado o desvio, o valor pode passar de R$ 237 milhões.
“Os investigados disseram em oitivas que os produtos comprados eram entregues antes das licitações, mas isso ainda estamos investigando”, garante o delegado.
Ao todo, cinco empresas de Maceió e uma em Arapiraca são arroladas no processo que investiga o esquema ocorrido entre os anos de 2015 e 2016, período este em que Rosângela Wyzomirska comandou a pasta. Oxmed Hospitalar, Comed, Comac, D& A Farma e Técnica Demanda e Distribuidora são os estabelecimentos localizados na capital, no Agreste a JC Campos responde pelo mesmo crime. Todas essas seis organizações foram flagradas em processos licitatórios enviados ao Portal de Transparência. Nesses documentos havia o fracionamento de despesa de valor menor ou igual a R$ 8 mil. O objetivo com isso era burlar as regras do certame ao adotar preços simulados de forma a favorecer determinado grupo empresarial.
Em vários casos, a PF constatou ainda que as empresas alagoanas possuíam donos ou sócios com alto grau de parentesco entre si, há também o registro de nove compras de correlatos realizadas em um único dia. O caso mais incomum foi constatado na Beth Med, de Aracaju-SE, em que a empresa não havia telefone disponível e o nome do responsável é um usuário do Bolsa Família.
A operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão nas cidades Maceió (AL), Arapiraca (AL), além de Recife (PE), Paulista (PE), Aracaju (SE) e Brasília (DF). Os investigados poderão responder por falsidade ideológica e organização criminosa. As penas máximas previstas podem chegar a 22 anos de prisão.
Sesau
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) enviou nota à imprensa informando que acompanha as investigações dos órgãos competentes e está à disposição para fornecer o que for necessário para o seu andamento. A Sesau ressaltou ainda que não compactua com qualquer tipo de ilicitude e que todas as medidas legais cabíveis serão tomadas caso se comprovem irregularidades.
Alagoas 24 Horas
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