Após passar pelos departamentos jurídico e de recursos humanos, o plano foi aprovado na quarta-feira, 16, pela diretoria da companhia e agora só depende de aprovações burocráticas, como a autorização do conselho de administração e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, para ser anunciado.
Embora tenha tido um grande número de adesões, com 6,26 mil desligamentos - permitindo à empresa reduzir em R$ 68,6 milhões os gastos mensais com pagamentos de salários, ou R$ 543,5 milhões até o fim do ano -, o programa de demissões voluntárias executado durante o primeiro semestre ficou aquém do objetivo dos Correios de cortar 8,2 mil empregados e enxugar a folha em R$ 72,9 milhões por mês.
Essas metas foram revistas para cima e, com a reabertura do programa, o objetivo passa a ser cortar, neste ano, 10% de um efetivo que, antes do processo de enxugamento da folha, somava aproximadamente 117 mil empregados. Se conseguir isso, a estatal vai reduzir em R$ 123 milhões por mês os gastos com salários a partir de 2018.
A ideia é reabrir o programa de demissões a empregados que trabalham há pelo menos 15 anos na companhia de serviços postais. Para ampliar o público elegível do que é chamado pela empresa de Plano de Desligamento Incentivado (PDI), foi retirado o requisito que restringia a possibilidade de adesão aos funcionários com, no mínimo, 55 anos de idade. O prazo da nova etapa do PDI vai de setembro até o fim do ano. Procurada, a estatal confirmou que está avaliando a reabertura do plano.
A proposta da companhia, conforme apurou o Estadão/Broadcast, é parcelar a indenização oferecida como incentivo aos pedidos de demissões em pagamentos mensais, limitados a um teto de R$ 10 mil, pelo prazo de até oito anos. Nas contas dos Correios, as condições do programa são atraentes a um contingente de 9,1 mil funcionários. A meta é que 60% desse total deixe a companhia. Só entre carteiros, o objetivo é tirar 2 mil profissionais das ruas.
Segundo relatório apresentado na reunião da diretoria que aprovou a proposta, o relançamento do PDI é necessário para cortar gastos com pessoal e adequar o efetivo à nova realidade econômica. Mesmo após implementar outras medidas para reequilibrar as finanças, como a redução de cargos gerenciais e técnicos, a empresa prevê encerrar 2017 com prejuízo.
O Estado de S. Paulo
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