Cunhado da professora, o deputado federal Silvio Costa chegou ao velório muito abalado e não quis falar. Ele apoiou o irmão e os sobrinhos durante todo o tempo. O filho dele, o deputado estadual Silvio Costa Filho, também compareceu. Outros políticos como o senador Armando Monteiro e o ex-prefeiro João Paulo também prestaram solidariedade.
Emocionado, o marido de Lusiana, Sérgio Costa, lembrou que a mulher morreu nos braços dele e de um dos filhos. "Quando a encontrei ela já estava morrendo. Deu tempo de chamar meu filho e ela morreu em nossos braços. Mas morreu em paz, ela estava se despedindo. Toda reunião ela levava um livro pra doar e comprava outro. E o último livro que ela leu parou na página 41 e marcou o trecho que dizia 'Morrendo me entregou e dizia que a morte não existe. Existe a passagem. Que a vida continua. Que a vida sempre é vida'."
A cerimônia fúnebre é realizada no Cemitério Parque das Flores, em Tejipio, no Recife. Ségio Costa contou que a esposa estava em tratamento espiritual no centro. Ele contou que esperava por ela em frente ao local quando foi rendido por quatro homens armados. "Eu estava lá conversando com o guardador de carros e o vendedor de pipoca. E tinha também um senhor esperando a esposa. E surgiram quatro homens armados, agressivos, inquietos e colocaram a arma na nossa cabeça e saíram nos levando. Eles não sabiam nem o que era. Não sei se passaram oportunamente ou se viram muitos carros", lembrou.
Os criminosos entraram com os reféns no local onde ocorria uma palestra do psicólogo Liszt Rangel, anunciando o assalto. "Eles estavam agressivos, empurrando. Eles já entraram gritando: é assalto, quem falar eu mato ele. A minha esposa lá assistindo tudo, coitada. E ai prosseguiu. Em um certo momento, um bandido que estava me apontando a arma viu muito celular, muitas carteiras e pediu para um dos assistentes da palestra tirar a camisa para colocar tudo dentro. E me soltou. Quando ele me soltou, baixou a cabeça, o de lá também baixou, foi quando vi que alguém da platéia puxou uma arma e atirou. E aí começou", disse.
O educador garantiu que viu quando um homem que estava na reunião reagir, mas não soube precisar de foi o policial militar Alexsandro Alves de Melo, 40 anos, que foi baleado na cabeça e morreu após dar entrada no Hospital da Restauração (HR). "Não sei dizer o nome dele, mas vi a hora que ele levantou, botou a mão atrás e tirou a arma. Atirou no bandido que passou por ele. O bandido caiu e ele deu vários tiros e foi atingido por um bandido que correu pra lá e atingiu a cabeça dele. Dai pra frente eu não vi mais nada porque fui atrás da minha esposa", contou.
Ele também negou que a mulher estivesse tentando ligar para a polícia quando foi baleada. "Ela estava tirando da bolsa (o celular) e quando ela levou o tiro caiu e ficou em cima dele. Por isso eles não levaram o celular dela, que está aqui comigo. Ela não estava telefonando para a polícia. Ela era uma pessoa pura. Não tinha essa habilidade, essa maldade."
Palestra no Geap
Sérgio Costa disse que não deixará de frequentar o Grupo Espírita Amor ao Próximo após o ocorrido. Ao contrário, ela afirmou que irá marcar com o palestrante que a mulher gostava, Frederico Menezes, uma palestra no centro. "É um palestrante que a minha esposa adorava. Pedi para ele organizar, no mesmo local que ela morreu, uma palestra que vai lotar a casa", afirmou, descrevendo a mulher como fantástica. "Foram 39 anos de companheirismo. Ela cuidou de mim a vida toda. E eu me preparei a vida toda para deixá-la bem e não para ela me deixar. Mas ninguém é Deus. Ele é único, onipotente", ressaltou.
Folha de Pernambuco
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