Em nota, a instituição informou que os policiais passarão a integrar a Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas), dentro da própria superintendência da PF. Eram quatro delegados e mais um grupo de agentes, dedicados exclusivamente à Lava Jato em Curitiba.
A medida, segundo a PF, "prioriza ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário", e aumenta o efetivo dedicado ao combate à corrupção e lavagem de dinheiro.
Cada um dos delegados da Lava Jato possuía cerca de 20 inquéritos, segundo a PF -um número bastante elevado em comparação com o auge da força-tarefa, que chegou a reunir 11 delegados.
Com a mudança, informa a nota, a carga de trabalho será reduzida e distribuída entre outros policiais da Delecor, que reúne 70 pessoas. "Nenhum dos delegados atuantes na Lava Jato terá aumento de carga de trabalho, mas, ao contrário, ela será reduzida", informou a PF.
Para a instituição, o número de policiais na sede do Paraná "está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade".
REPERCUSSÃO
Integrantes da Lava Jato na PF afirmaram que a mudança foi "administrativa", a fim de compensar a redução no efetivo de policiais cedidos à força-tarefa.
O problema vem ocorrendo há alguns meses, especialmente por questões orçamentárias e pela demanda maior em outros Estados, como Rio de Janeiro e Brasília.
A expectativa agora é que as investigações sejam, de fato, otimizadas, com o apoio do restante da equipe da Delecor.
"A força-tarefa da Polícia Federal na Operação Lava Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados. Mas, para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade", afirmou, nas redes sociais, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, ao comentar a notícia da liberação de emendas parlamentares pelo governo federal.
A força-tarefa já havia sofrido um corte significativo: em maio, o número de delegados dedicados à Lava Jato na PF de Curitiba caiu de nove para quatro. O argumento, na época, foi a queda da demanda da operação, e a criação de grupos em outros Estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Na ocasião, procuradores da República se queixaram do corte e disseram que a medida era "incompreensível".
O delegado Igor Romário de Paula, coordenador da força-tarefa, disse na época que estava sendo "muito difícil dar continuidade para o trabalho da forma satisfatória como sempre foi", mas que "não havia indícios de qualquer influência para barrar a investigação".
Por: Folhapress
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