Cerca de cinco minutos após Eunício ter determinado a suspensão, as luzes no plenário foram parcialmente apagadas. Nessa hora, o painel eletrônico marcava a presença de 49 dos 81 senadores no plenário.
Questionada sobre a situação, a assessoria de Eunício não disse de quem partiu a ordem para desligar as luzes. A oposição diz que a ordem partiu do presidente da Casa.
As senadoras oposicionistas que ocuparam os lugares na mesa são Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN) e Regina Sousa (PT-PI).
Elas sentaram à mesa do plenário assim que a sessão foi aberta, por volta de 11h, quando Eunício ainda não estava no local.
Pelas regras do Senado, qualquer senador pode abrir uma sessão, desde que haja quórum. Foi isso que as oposicionistas fizeram.
Contrárias à reforma trabalhista, as senadoras aproveitaram a primeira hora da sessão para passar a palavra para outros parlamentares que discursavam contra a proposta enviada pelo governo.
Confira o que pode mudar com a reforma trabalhista
Por volta de 12h, quando Eunício chegou ao plenário, ele quis ocupar a cadeira da presidência. Mas a senadora Fátima Bezerra, sentada no lugar, não quis sair.
Apesar da resistência da senadora, Eunício usou o microfone para avisar que cortaria o som se não pudesse se sentar. Após essa confusão, ele suspendeu a sessão.
A senadora Lídice da Mata então deixou a cadeira que estava ocupando na mesa e foi para a parte do plenário onde fica a maioria dos parlamentares.
As outras quatro se mantiveram nas cadeiras onde se sentam os integrantes da Mesa Diretora. Mais tarde, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) se juntou a ela.
Cerca de 40 minutos após a sessão ter sido suspensa, as senadoras permaneciam na mesa. Fátima Bezerra transmitiu a situação do plenário ao vivo pelas redes sociais. Eunício chamou uma reunião para o gabiente dele para tratar da continuidade da sessão.
O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse que nunca presenciou cena semelhante no Senado.
"Estou chocado. O mais importante para a democracia é votar e estão nos impedindo disso", protestou o parlamentar.
Contrária à reforma, a senadora Kátia Abreu disse que o ideal seria "adiar a votação da reforma".
"Ninguém vai morrer se nós votarmos a reforma na primeira semana de agosto. É melhor debater, discutir com calma. Essa reforma está a serviço de quem? De um Planalto que não se sustenta?", indagou.
Acesso limitado
Após a confusão, o Senado aumentou as restrições de acesso ao prédio. A polícia legislativa passou a autorizar a entrada de apenas uma pessoa por gabinete de parlamentar, desde que o visitante indique para qual gabinete está indo.
Além disso, alguém ligado ao parlamentar deve descer para acompanhar o visitante desde a portaria.
No corredor chamado túnel do tempo foi colocado um cordão de isolamento para nenhum visitante passar.
Funcionários da Câmara também não poderão acessar a Câmara entrando pelo Senado; têm que dar a volta por fora do prédio.
Do lado de fora do Congresso, movimentos sindicais fazem um protesto pacífico contra a reforma trabalhista.
Por G1
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