Delegado diz que lei é branda, mas vai pedir preventiva do comerciante
Filipe Jordão/JC ImagemAlém das filmagens, o comerciante, após o uso do banheiro pelas mulheres, ia ao recinto e cheirava o papel higiênico usado por elas, numa espécie de parafilia, um comportamento sexual em que a pessoa obtém o prazer não pelo ato sexual, mas através de outros meios. O suspeito disse à polícia que é vítima de uma armação das funcionárias.
Segundo o delegado, as filmagens foram feitas há um mês, e as imagens foram encontradas no computador do comerciante, que é o dono da loja. Pelo menos seis mulheres foram vítimas, e duas delas decidiram denunciar.
Após a abertura dos boletins de ocorrência, a polícia foi ao local esta terça, e o delegado disse que os dois crimes foram constatados. Primeiro, o de gesto obsceno, pois as filmagens das mulheres estavam expostas no computador dele. Segundo, o de assédio sexual. “É o que ele fazia, inclusive hoje, alisava, tentava seduzir, mandava vídeo pornô, usufruindo da posição de dono. Fomos ao local, constatamos a veracidade por conta do celular dele, que tem a proposta para as funcionárias, convidando para sair, como tem as filmagens dele entrando no banheiro após as funcionárias. Ele pega o papel e cheira”, disse.
Somados os dois crimes, a pena pode chegar a quatro anos de prisão. O suspeito foi liberado após pagar fiança de R$ 5 mil porque, segundo o delegado, crime com pena de até quatro anos de reclusão é afiançável na delegacia. “É um crime repugnante, nojento, tudo de ruim, mas a lei manda arbitrar fiança e ele tem os R$ 5 mil”, disse o delegado, que afirmou que vai pedir prisão preventiva.
A mãe de umas das funcionárias que teria sido assediada contou à reportagem como souberam do crime. “Uma moça foi falar com o namorado no computador [do comerciante], descobriu as imagens e falou para a minha filha. Ela mandou algumas imagens para a minha filha, que ficou em desespero, chorando, tremendo em casa. Agora, será que existe Justiça nesse país? O homem paga R$ 5 mil e vai embora”, lamentou a mulher, que preferiu não ser identificada.
Folha de Pernambuco
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