A primeira etapa das obras de revitalização do trecho urbano do São Francisco, que deve durar trinta dias, já retirou do fundo do rio pelo menos 3.500 toneladas de sedimentos (Foto: Juciana Cavalcante/CBHSF)
Em mais de quatro quilômetros da orla, as baronesas reinam, plantas aquáticas que se proliferam em ambiente de poluição pelo despejo de esgoto. Funciona como uma espécie de filtro, por se alimentar dos dejetos e, quando encerra seu ciclo, toda poluição absorvida é devolvida para a água. “Realizamos como primeira etapa um estudo técnico que nos norteia na linha de ação. Após isso, iniciamos a retirada das baronesas e raspagem de dejetos acumulados no fundo do rio nas proximidades da margem, logo em seguida começaremos o processo de oxigenação da água”, explicou o gerente de projetos da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), Victor Flores.
O projeto “Orla Nossa” também conta com a parceria do Instituto Federal do Sertão, de onde vem uma nova técnica para a retirada das baronesas com o mínimo de danos ao meio ambiente. De acordo com o gerente da AMMA, a nova tecnologia desenvolvida permite que a planta seja puxada sem necessitar que maquinário de grande porte entre na água, evitando o aumento da contaminação.
Em consonância com a primeira ação, os entes públicos envolvidos no projeto também estão realizando o mapeamento dos pontos de descarte irregular de esgoto. Ainda de acordo com as primeiras informações da Agência, foram identificadas ligações clandestinas na região central da cidade, onde o esgoto desaguava nas galerias exclusivamente para o escoamento de águas pluviais.
Com o mapeamento em execução, a primeira etapa do projeto deve durar mais 30 dias. Até o momento já foram extraídos do rio cerca de 3.500 toneladas de sedimentos. Todo o material das baronesas passará pelo processo de compostagem, transformando-se em adubo. “Logo que concluirmos a segunda fase do projeto, as demais serão imediatamente iniciadas com a oxigenação da água e também iremos colocar alevinos que vão ajudar nesse processo de recuperação. Mas é importante ressaltar que devido ao anos de maus tratos, a recuperação desse trecho só começará a se firmar daqui a 10 anos, enquanto isso, faremos o trabalho de manutenção”, concluiu Flores.
Além dos alevinos que serão cedidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), também está prevista a recomposição da mata ciliar com a plantação de 5.500 mudas. Todo o processo deve durar 90 dias e a manutenção será feita pelos próximos três anos.
Uma nova relação com o São Francisco
Há cerca de cinco anos, o São Francisco começou a ser usado pelos moradores de Petrolina para esportes aquáticos: caiaque, stand up paddle e kite surf. A prática do esporte virou atração turística, trazendo a cada ano mais visitantes.
O novo olhar para o rio, como fonte de esporte e turismo, despertou a preocupação com a revitalização. Os moradores acreditam que a limpeza trará, além dos benefícios ambientais, também benefícios para a economia da cidade.
“Já sabíamos desde sempre a importância de cuidar do rio que passa na nossa porta. Temos um vínculo forte com o São Franciso, e, ao mesmo tempo, muitas vezes esquecemos como é importante. Temos a preocupação de zelar para que nenhuma das nossas atividades agrida o rio e passamos isso adiante reclamando a revitalização”. Eduardo Júnior, proprietário de empresa que aluga equipamentos náuticos.
“Já sabíamos desde sempre a importância de cuidar do rio que passa na nossa porta. Temos um vínculo forte com o São Franciso, e, ao mesmo tempo, muitas vezes esquecemos como é importante. Temos a preocupação de zelar para que nenhuma das nossas atividades agrida o rio e passamos isso adiante reclamando a revitalização”. Eduardo Júnior, proprietário de empresa que aluga equipamentos náuticos.
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Por Juciana Cavalcante/Ascom CBHSF
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