Apesar do aumento registrado no volume de diversos reservatórios do estado, na região mais afetada pela crise hídrica, o Agreste Central, o quadro permanece o mesmo. A principal barragem, de Jucazinho, continua em colapso (totalmente seca), já que a chuva não atingiu a bacia do rio Capibaribe, que abastece o reservatório.
“No Agreste Meridional – nas barragens de Cajueiro, Mundaú, de Unas, realmente a gente está numa situação bastante feliz com a chuva que está caindo. No entanto, no Agreste Central, onde temos a menor disponibilidade hídrica de Pernambuco, não apresentou resultado”, compara o gerente de Controle Operacional da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Daniel Genuníno.
Com capacidade de 327 milhões de metros cúbicos de água, Jucazinho está seca desde setembro de 2016. O sistema abastece os municípios de Santa Cruz do Capibaribe, Riacho das Almas, Cumaru, Passira, Salgadinho, Casinhas, Surubim, Vertentes, Vertente do Lério, Santa Maria do Cambucá, Frei Miguelinho, Toritama, Caruaru, Bezerros e Gravatá, além de diversos distritos e povoados dos 15 municípios que fazem parte do sistema integrado.
Melhora nos níveis
Uma das barragens mais impactada pelas chuvas foi a do Prata, que abastece seis municípios do Agreste pernambucano: Caruaru, Agrestina, Santa Cruz do Capibaribe, Ibirajuba, Altinho e Cachoeirinha. De acordo com a Compesa, na última sexta-feira (26) o reservatório estava com 9,8% de sua capacidade, volume considerado baixo. No domingo, já registrava 44,79%, e hoje (30) alcançou 52,41%. Em condições normais, as cidades abastecidas pela barragem sofrem com a estiagem. Em Caruaru, que tem 350 mil habitantes, há um rodízio de abastecimento de cinco dias com água na torneira e 20 dias sem uma gota. Em Santa Cruz do Capibaribe, são dois dias com e 28 dias sem água.
O sistema, no entanto, teve uma pane elétrica por causa da chuva e ainda retorna aos poucos à normalidade. Em alguns bairros de Caruaru a água já voltou às torneiras, mas com pouca pressão. Já o sistema de Pirangi, que é integrado à Barragem do Prata para compensar o baixo volume do reservatório, só deve voltar a funcionar no próximo fim de semana. De acordo com a Compesa, só será possível recalcular o sistema de rodízio – ou mesmo saber se ele ainda será necessário – quando tudo voltar a operar normalmente.
Já a barragem de Taquara, que estava em colapso, registrou 31% no volume do reservatório após as chuvas, o que corresponde a cerca de 400 mil metros cúbicos de água, segundo a Compesa. Na região metropolitana do Recife, o principal reservatório, a barragem de Pirapama, com capacidade de 61 milhões de metros cúbicos, saltou de 59,39% para 83,39% nos últimos três dias. Ela atende cerca de 2 milhões de pessoas e é responsável por cerca de 60% do abastecimento da capital pernambucana, além do município de Jaboatão dos Guararapes, um dos maiores do estado.
Desabastecimento
Pirapama também sofreu pane no fim de semana, mas o gerente de Controle da Compesa informou que o problema já foi resolvido. Na Zona da Mata Sul, onde muitos municípios sofreram grandes prejuízos com a chuva, sistemas isolados também foram afetados e, segundo o gerente, o abastecimento volta ao normal gradualmente.
Já em locais específicos da região metropolitana do Recife a população ainda não tem água na torneira. Um dos destinos turísticos mais famosos do Brasil, Porto de Galinhas ainda aguarda diagnóstico para que, se tudo der certo, conforme Genuíno, a água retorne às torneiras na quinta-feira. “O rio está muito alto e não conseguimos chegar e elaborar plano de recuperação”, afirma.
Agência Brasil
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