O professor de Língua Portuguesa do CPJUR, Diogo Arrais, explica se na palavra "questão" o certo é pronunciar o U ou não
Há pouco, um benquisto aluno perguntou a mim:“Em relação à pronúncia da palavra questão, podemos ou não pronunciar o U?”
Ao consultarmos o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, perceberemos tanto a pronúncia /kestão/ quanto /kuestão/.
Napoleão Mendes de Almeida, no Dicionário de Questões Vernáculas, faz uma analogia: “O italiano diz questione, o inglês questione, o espanhol cuestion, fazendo todos soar o U; há motivos para pronunciarmos kestão?“
No entanto, discorda (com uma bela analogia) Luiz Sacconi: “Pronuncia-se kestão. Da mesma forma, sem o U sonoro: questionar, questionável, questionário, questiúncula.“
De acordo com o Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, pronunciar o U, na palavra questão, é pedante; usada apenas por alguns; pouco justificável.
Segue também o mesmo raciocínio o benquisto gramático Sérgio Nogueira: “Oficialmente a palavra QUESTÃO nunca teve trema. Isso significa que a pronúncia oficial sempre foi QUESTÃO (com U mudo). Assim também se pronunciam as palavras derivadas: QUESTIONAR, QUESTIONÁRIO, QUESTIONAMENTO, etc.“
Vale ainda lembrar que o Novo Acordo Ortográfico (em vigência obrigatória desde 1º de janeiro de 2016) extingui o uso de Trema em palavras de origem portuguesa.
Como a reforma é apenas na escrita, não há alteração nenhuma na pronúncia.
Existem palavras de dupla pronúncia?
Existem sim (e, antes do Acordo Ortográfico, o trema era facultativo): antiguidade, antiquíssimo, equidistante, liquidação, liquidar, liquidez, liquidificador, líquido, sanguinário, sanguíneo.
Os seguintes pares também possuem dupla pronúncia, e grafias distintas: “catorze ou quatorze”, “cota ou quota”, “cotizar ou quotizar”, “cotidiano ou quotidiano”.
Sobre a polêmica de hoje, fico com a maioria dos críticos: em “questão”, não se pronuncia o U.
Diogo Arrais é professor de Língua Portuguesa pelo Centro Preparatório Jurídico (CPJUR) e autor de obras gramaticais para concursos públicos pela Editora Saraiva.
Sobre O CPJUR
Com foco no desenvolvimento de estudantes e profissionais de todo o Brasil que buscam capacitação e aprimoramento de conhecimentos na carreira jurídica publica ou privada, o Centro Preparatório Jurídico (CPJUR) promove cursos para o Exame da OAB, Concursos Públicos e Pós-graduação nas modalidades presencial, telepresencial e online. Com investimentos na qualidade de seu corpo docente, formado pelos principais juristas do Brasil; profissionais de atendimento com vasta e comprovada experiência no segmento; salas de aula com padrão de excelência e moderna tecnologia de transmissão, visa oferecer soluções inovadoras e adaptadas às necessidades de mercado, com a personalização e atualização constante exigida pelo ramo do Direito. Mais informações no www.portalcpjur.com.br.
Existem sim (e, antes do Acordo Ortográfico, o trema era facultativo): antiguidade, antiquíssimo, equidistante, liquidação, liquidar, liquidez, liquidificador, líquido, sanguinário, sanguíneo.
Os seguintes pares também possuem dupla pronúncia, e grafias distintas: “catorze ou quatorze”, “cota ou quota”, “cotizar ou quotizar”, “cotidiano ou quotidiano”.
Sobre a polêmica de hoje, fico com a maioria dos críticos: em “questão”, não se pronuncia o U.
Diogo Arrais é professor de Língua Portuguesa pelo Centro Preparatório Jurídico (CPJUR) e autor de obras gramaticais para concursos públicos pela Editora Saraiva.
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