Manifestantes colocam fogo no prédio do Ministério da Agricultura
O ato foi convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além das centrais. Os organizadores falam em mais de 100 mil pessoas.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou a convocação de tropas federais com poder de polícia para "garantir a lei e a ordem" da Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira (24), após um protesto antigoverno ter resultado em um incêndio e depredação de ao menos três ministérios.
"Uma manifestação que era pacífica degringolou para violência, vandalismo e agressão ao patrimônio público", afirmou o ministro em pronunciamento.
Todos os ministérios foram evacuados. Os ministérios de Agricultura, Meio Ambiente e Planejamento teriam sido alvo de vandalismo.
O protesto de centrais sindicais e outros movimentos sociais se opunha ao presidente Michel Temer (PMDB) e à agenda de reformas.
Na tarde desta quarta-feira, manifestantes e a Polícia Militar entraram em confronto. Bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas e a cavalaria da PM investiu contra os participantes do protesto.
Durante o conflito, manifestantes atearam fogo no prédio do Ministério da Agricultura e depredaram parte do edifício.
Anunciadas por Jungmann, as chamadas operações de garantia da lei e da ordem concedem poder de polícia a forças militares em casos de "graves situações de perturbação da ordem" e mediante "esgotamento das forças tradicionais de segurança pública".
A decisão de emprego das tropas é da Presidência da República, por solicitação ou não de governadores ou presidentes de Poderes constitucionais.
Previstas no artigo 142 da Constituição e regulamentadas em leis de 1999 e 2001, as ações transcorrem, segundo o Ministério da Defesa, em "área estrita e por tempo limitado", para "preservar a ordem pública, a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições".
Exemplos recentes dessas missões ocorreram durante a greve da Polícia Militar no Espírito Santo, em fevereiro deste ano, e em meio a uma onda de ataques no Rio Grande do Norte, em janeiro.
BBC Brasil
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