sábado, maio 20, 2017

Adoçante: mocinho ou vilão?

Especialista alerta sobre os perigos do consumo de um item cada vez mais presente na vida dos brasileiros

Vivemos um período em que a busca pela perda de peso é constante, e uma das estratégias mais usadas é a troca do açúcar refinado pelo adoçante. Mas será que ele realmente faz bem a nossa saúde? Segundo a nutricionista Aline Quissak, especializada nas áreas de Oncologia, Síndrome Metabólica, Psicologia da Nutrição e Nutrição Esportiva, precisamos analisar alguns pontos importantes antes de tomarmos decisões.

O primeiro deles é o porquê açúcar refinado faz mal à saúde. Segundo a especialista, por três motivos: 1) É uma caloria vazia, ou seja, o corpo não utiliza ele como energia para as atividades diárias, por isso, ele é facilmente transformado em gordura pelo corpo, principalmente abdominal. 2) Ele contém compostos químicos artificiais, que foram utilizados no processo de refinamento para deixa-lo branquinho, retirando assim todos os nutrientes, vitaminas e minerais originários da cana. 3) Por ser açúcar puro, o corpo tem muito trabalho para "limpá-lo" como toxina do corpo, então a produção de hormônios aumenta na tentativa de expulsar esse açúcar ou utilizá-lo de alguma forma para não acumular, o problema é isso causa um desequilíbrio no corpo, já que exige muito trabalho para algo que ele não irá utilizar.

Até aí tudo bem, mas qual é problema do adoçante? Afinal, ele não tem açúcar, não é refinado, e não tem calorias? Alguns especialistas afirmam que o grande problema está no adoçante artificial, que podem causar problemas como gases, irritação estomacal e até câncer. Mas que os chamados adoçantes naturais, como stevia e xylitol, não apresentam tais características. E é aí que está o problema, segundo a nutricionista. Quando consumimos um brigadeiro, por exemplo, e sentimos o sabor doce, há um sinal químico enviado para o cérebro reconhecendo esse sabor. Automaticamente o cérebro relaciona doce com alta caloria, enviando outro sinal químico para o estômago dizendo: "Prepare-se para a produção de enzimas digestivas porque existem altas calorias para você digerir". Quando o brigadeiro chega ao estômago começa todo o processo de digestão e depois de absorção no intestino.

Agora, e se eu consumir um produto com adoçante? O mesmo sinal químico acontece, já que minha língua também vai reconhecer o sabor doce, certo? “O problema está aí, o adoçante não tem calorias, ou seja, quando o doce chega ao estômago, ele não tem o que digerir, só que ele estava esperando essas calorias chegarem, e isso acaba por gerar alguns problemas de saúde”, explica a especialista.

O consumo de adoçantes pode causar doenças como gastrites e úlceras, já que são liberadas muitas enzimas e ácidos, que não são utilizados pelo corpo. Além de desencadear uma compulsão alimentar, e, principalmente o aumento da vontade de ingestão de doces. “Quando o estômago percebe que não recebeu as calorias que estava esperando, ele retorna o sinal químico para o cérebro dizendo que aquela caloria não veio e pedindo por ela, e isso é traduzido pelo cérebro como ‘fome’. Na tentativa de suprir essa necessidade, o corpo age por impulso, requisitando energia rápida. E qual a forma de energia rápida? Açúcar. Por isso, sentimos essa vontade exagerada de comer doces e massas”, completa.

Além de tudo isso, o Ph do adoçante não é compatível com o intestino, matando as bactérias boas, responsáveis pela absorção de cálcio, ferro, produção de imunidade, hormônios do emagrecimento e geração de gases. Devido a isso, é comum pessoas que consomem uma grande quantidade de produtos diet, adoçante sendo ele natural ou não, com uma barriga característica: um inchaço característico de gordura acumulada centralmente. E para completar a lista, o consumo diário de adoçante diminui a imunidade, causando problemas como com rinite, sinusite, gripes e resfriados com maior frequência.

Por isso, para Aline, é importante estar atento ao que estamos consumindo, quais os benefícios reais, que determinados alimentos e bebidas trazem para o nosso corpo e como eles são absorvidos pelo nosso organismo. Reduzir calorias, pode até emagrecer, mas com consequências. O melhor caminho para conseguirmos atingir nossos objetivos, é o equilíbrio. “A alimentação é fundamental para nossa vida, e a melhor maneira de cuidarmos do peso e da saúde, é mantendo uma alimentação equilibrada. Precisamos conhecer os alimentos e entender o que estamos ingerindo, para a partir daí, escolhermos quais alimentos devem entrar em nossa dieta. É melhor comer de forma equilibrada e dar preferência ao açúcar de melhor qualidade, que trará os nutrientes adequados ao corpo, do que simplesmente substitui-lo por algo que a princípio pode parecer saudável, mas a longo prazo terá consequências graves”.

P+G Comunicação

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