sexta-feira, abril 07, 2017

Livro da Cepe revela as múltiplas facetas de Jomard Muniz de Britto


No próximo sábado (08), dia em que completará 80 anos de idade, o escritor, poeta, cineasta e professor Jomard Muniz de Britto terá sua biografia lançada pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), às 18h, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Casa Forte). Sétimo título da Coleção Memória, que resgata a história de nomes expressivos da nossa cultura, o livro Jomard Muniz de Brito – Professor em transe foi escrito pela jornalista e professora da UFPE Fabiana Moraes e pelo professor de História da Universidade Federal do Piauí Aristides Oliveira. Antes dos autógrafos, será exibido, às 16h, o documentário JMB, o famigerado, de Luci Alcântara, produção que conquistou diversos prêmios, entre eles, os Prêmios Especial e Júri Popular da 15ª edição do Cine PE, em 2011.

Com 242 páginas, a obra é um esforço de captação e expressão de várias fases e aspectos da vida plural de Jomard. Ilustrado com 80 fotos, que fazem uma produtiva parceria com o texto, expressando visualmente momentos importantes da trajetória do artista, traz ainda reproduções de capas de livros de JMB e de vários documentos, como o que mostra o monitoramento que ele sofreu pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) durante a ditadura militar.

Autor da Apresentação do livro, o diretor teatral Antônio Cadengue também enfatiza a “multiplicidade de veredas tomadas” por JMB e fala das aventuras e desventuras de um agitador cultural e iconoclasta. Um dos anos em foco é 1968, quando, junto com o cantor e compositor Aristides Guimarães e o jornalista e cineasta Celso Marconi, publicou o manifesto Porque somos e não somos tropicalistas, causando imenso furor em segmentos da cultura pernambucana. Dizia, entre outras coisas: “Constatamos (sem novidade) o marasmo cultural da província”. (...)

O segundo manifesto, Inventário do nosso feudalismo cultural, trazia também a assinatura de figuras como Caetano Veloso e Gilberto Gil e introduzia um contraponto entre Tropicalismo e Tropicanalha, sendo esta definida como “atitude conservadora e purista em face da cultura e da realidade brasileira hoje (...) contribuindo assim para a perpetuação do subdesenvolvimento”.

Esse mesmo espírito perpassa a produção em cinema Super-8, com a qual JMB ganharia prêmios dentro e fora do Estado. Caso do filme O palhaço degolado, que também conquistou elogios do cineasta Eduardo Coutinho, autor de Cabra marcado para morrer. Outro tema abordado pelo livro é a participação de Jomard na equipe de Paulo Freire, com quem viajou pelo Brasil, falando de um binômio altamente explosivo nos anos 1960: cultura e política. Terminou preso e, tempos depois, foi proibido de ensinar nas universidades federais de Pernambuco e da Paraíba.

SERVIÇO:
Lançamento do livro Jomard Muniz de Britto – Professor em transe
Quando: Dia 8 de abril.
Hora: 18h (com exibição do documentário JMB, o famigerado, às 16h).
Local: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.
Endereço: Avenida Dezessete de Agosto, 2187, Casa Forte.
Preço do livro (com o DVD do filme JMB, o famigerado): R$ 80,00

Ascom CEPE

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