Apesar disso, situação não terá impacto no abastecimento elétrico do País, que, mesmo diante de instabilidades, consegue ser alimentado via intercâmbio de energia entre as regiões e por fontes térmicas e renováveis. O diretor de Operações da Companhia, João Henrique Franklin, explica o motivo de isso acontecer.
"O período úmido (quando se espera que chova em abundância nas cabeceiras do Rio) está encerrado e os serviços meteorológicos não indicam chuvas até novembro, quando essa fase recomeça. Ou seja, até lá, o nível do reservatório vai cair", projeta, antecipando que segue em andamento um pleito para reduzir a vazão de Sobradinho de 700 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 600 m³/s.
Não existe, ainda, data para isso acontecer. No entanto, a Agência Nacional de Águas (ANA) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) avaliam essa possibilidade.
Esse movimento acontece com intuito de preservar a pouca água que existe no lago, que está com 16% de sua capacidade disponível, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
"Diante da falta de perspectiva, é possível que o volume morto seja atingido em outubro. Como não geraremos mais energia, abriremos as comportas para abastecer os ribeirinhos e a atividade produtiva", conta Franklin.
A fruticultura irrigada do Vale do São Francisco, inevitavelmente, sentirá os efeitos negativos da restrição hídrica na produtividade. A capacidade do volume morto é de 20% do volume útil do reservatório, projetado para receber 28 bilhões de metros cúbicos por segundo de água.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, diz que o setor elétrico trabalha com três cenários: o mais crítico indicaria a possibilidade de captação de água do volume morto em Sobradinho já a partir de agosto.
Em cenário mediano, essa prática começaria em setembro e, por fim, o menos crítico, a partir de outubro. "As atenções estão voltadas para a situação hidrológica a partir de agora", revela. Na próxima segunda-feira, a ANA realiza encontro para discutir a temática.
Por: Raquel Freitas, da Folha de Pernambuco
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