O Espaço Ciência e representantes da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado se reúnem nesta terça (18) com o prefeito de Itacuruba, Bernardo Maniçoba, para discutir um projeto de consolidação do município como Polo Astronômico. Desde a última quinta-feira (13), a cidade, do Sertão pernambucano, passou a nomear o asteroide 10468, graças às pesquisas realizadas no Observatório Astronômico que funciona na cidade.
A proposta do Espaço Ciência e prefeitura local é aproveitar o potencial de Itacuruba para observações Astronômicas: “A ideia é sensibilizar a população quanto ao potencial de sua cidade, consolidando Itacuruba como um polo de educação, cultura e lazer associados à Astronomia. A proposta deverá atrair pesquisadores e curiosos para as observações e atividades que serão desenvolvidas no local”, explica o diretor do Espaço Ciência, Antonio Carlos Pavão.
Para isso, serão realizadas exposições permanentes e itinerantes, a exemplo de Planetário inflável, relógio solar e observatório indígena, e atividades de divulgação da Astronomia com observações diurna e noturna.
Uma das propostas é a readaptação da iluminação pública para que não prejudique a visão do céu noturno. “Nosso Sertão já permite uma visão privilegiada. Mas podemos avançar e chamar a atenção para a importância da preservação do céu noturno”, ressalta Pavão.
O ASTEROIDE - O asteroide 10468, descoberto em 1981, ganhou o nome de Itacuruba desde a última quinta, quando foi realizado o congresso científico “Asteroids, Comets, Meteors - ACM”, no Uruguai. O fato ajuda a dar visibilidade ao município e cria um ambiente favorável à implantação do projeto.
O nome foi sugerido pela equipe do OASI - Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica, como uma homenagem à cidade onde está instalado. No local é realizado o projeto IMPACTON, que analisa e monitora asteroides, sobretudo os que oferecem maior risco ao planeta.
O asteroide Itacuruba está localizado no cinturão principal de asteroides, região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter. Tem um período orbital de 3,58 anos em torno do Sol e um tamanho estimado entre 2 a 5 km de diâmetro.
O OASI – O Espaço Ciência tem acompanhado e apoiado a implantação do OASI desde sua raiz, entre 2003 e 2004. Na época, o governo federal lançou um edital para execução de um projeto de monitoramento dos asteroides que pudessem oferecer riscos à Terra. Foi quando teve início o projeto IMPACTON. “Para se ter uma ideia, todo o Hemisfério Sul só tinha um projeto de observação de asteroides, que era na Austrália”, explica o astrofísico Antonio Carlos Miranda.
Segundo ele, após a escolha do projeto, o segundo passo foi a definição do local onde ele seria implementado. A escolha de Itacuruba foi feita após várias visitas técnicas e teve dois motivos principais: “O céu escuro e o clima seco facilitam as observações, pois as moléculas de água podem absorver a luz”, explica.
Na época, o apoio de cientistas e de entidades como a RENE – representação do MCTI no Nordeste e o Espaço Ciência também criou um clima favorável para sensibilizar as autoridades públicas e população do município para receber o Observatório.
O ano de 2011 marca a chamada “a primeira luz” do OASI. Ou seja, a primeira observação. Desde então, ele tem se destacado mundialmente. No ano passado, por exemplo, recebeu certificado da ESA (Agência Espacial Europeia) por ter sido o único a observar um asteroide que passou bem próximo à Terra.
Durante todo este tempo, o Espaço Ciência tem mantido contato com o Observatório Nacional e, no início deste ano, o projeto de transformação de Itacuruba em Polo Astronômico foi pauta de reunião entre representantes do Espaço Ciência; Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação; e Observatório Nacional.
Governo de Pernambuco
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