Entre os nomes citados, se destaca, por exemplo, o do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, com quase R$ 62 milhões em caixa dois. O atual governador, Luiz Fernando Pezão, aparece como receptor de R$ 20,3 milhões.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD-SP), consta na lista do delator como beneficiário de R$ 21,2 milhões em recursos não declarados à Justiça Eleitoral. No documento, Kassab aparece com os codinomes "Kibe", "Chefe Turco" e "Projeto".
Conforme consta no documento, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), teria recebido R$ 9,6 milhões em pagamentos via caixa dois em 2010 e 2014. No detalhamento do propósito do repasse, o documento informa que o tucano é defensor de concessões e privatizações.
O deputado federal Julio Lopes (PP-RJ) aperece na lista com 91 pagamentos, totalizando R$ 15,6 milhões. No documento, o parlamentar é apelidado de "Pavão", "Bonitão", "Bonitinho", "Casa de Doido" e "Velho".
Entre os motivos que mais aperecem na lista para justificar os pagamentos ilegais, está a disposição dos políticos para apresentarem emendas ou defenderem projetos de interesse da empreiteira. Foram 60 doações desse tipo.
Na planilha apresentada ao Ministério Público, há ainda 111 repasses a políticos que sequer estavam concorrendo a cargos públicos nas eleições.
Em outro documento, Silva Junior afirma que “todos os pagamentos constantes da planilha anexa, realizados por pessoas ligadas diretamente a mim, só puderam ser efetuados a partir da minha autorização, ainda que a definição de candidato e a negociação dos valores tenha ficado a cargo de executivos da minha equipe”.
Benedicto Júnior é um dos ex-dirigentes da empreiteira que fecharam acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. As delações foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em sua defesa, o ministro Gilberto Kassab emitiu um comunicado no qual diz que “confia na Justiça, ressalta que não teve acesso oficialmente às informações e que é necessário ter cautela com depoimentos de colaboradores, que não são provas. Reafirma que os atos praticados em suas campanhas foram realizados conforme a legislação."
O governador Luiz Fernando Pezão afirma que nunca recebeu recursos ilícitos e que nunca teve conta no exterior. “As doações de campanha foram feitas de acordo com a Justiça Eleitoral”, informou, por meio de nota.
Alckmin negou as acusações. “Jamais pedi recursos irregulares em minha vida política, nem autorizei que o fizessem em meu nome. Jamais recebi um centavo ilícito. Da mesma forma, sempre exigi que minhas campanhas fossem feitas dentro da lei”, disse.
O deputado Julio Lopes disse que confia no trabalho das instituições e se coloca à disposição da Justiça para colabrar com informações "que vão esclarecer todos os fatos". O parlamentar ressaltou que todas as suas contas eleitorais foram aprovadas pela Justiça.
G1
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