Ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro acredita que medida é essencial para se consolidar uma política nacional para o setor (Foto: LAAD Exhibition)
O plano B, segundo ele, seria de conferir status de ministério para a atual Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Beltrame reforçou que essa medida é fundamental para que o governo federal assuma o comando central das políticas voltadas ao segmento. “Um controle centralizado e um plano com projetos enxutos são essenciais para se atender as complexidades de cada região do país”, observou.
O ex-secretário aproveitou a participação na LAAD para defender o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) implantadas em comunidades do Rio de Janeiro. “Foram poupadas 21 mil vidas desde o início do projeto, mas, infelizmente, isso não dá destaque. Foi um período em que se teve esperança. A questão é que, quando visitamos essas comunidades hoje, só encontramos a polícia e não cabe a ela mudar sozinha o cenário de insegurança”, disse.
Secretário apresenta resultados da gestão penitenciária no Maranhão
Frente ao crescimento de 40% da população penitenciária nos últimos dois anos, o governo do Maranhão tem o plano de criar quase seis mil vagas no sistema prisional até 2019. Em sua palestra no VI Seminário de Segurança na LAAD Defense & Security, o secretário de Administração Penitenciária do Estado, Murilo Andrade de Oliveira, afirmou que parte dessas vagas ficará em novos presídios a serem construídos por meio de parcerias público-privadas (PPPs). O edital para a seleção das empresas foi lançado este ano e está em fase de apresentação de propostas.
As PPPs fazem parte da estratégia do governo de reduzir o problema de lotação e violência nos presídios. Para isso, vem adotando o isolamento de facções criminosas dentro dos presídios, além de ações de humanização e reintegração social.
Hoje o estado conta com 90 oficinas de trabalho, que capacitaram mais de 400 presos e têm cerca de 2 mil envolvidos nas atividades. Os produtos, como blocos para calçamento de ruas, são usados por outros órgãos do estado. Uniformes e chinelos feitos pelos detentos são aproveitados pelos próprios presídios.
Segundo o secretário, com essas iniciativas, o número de mortes em presídios caiu de 56 em 2013 (ano da rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas) para oito em 2015, e o número de fugas reduziu de 140 para 60 no período. "Nossa população carcerária é pequena em relação a outros estados, então o que se faz surte efeito rápido", ponderou Oliveira, que reforçou a importância de se conciliar investimento e gestão eficiente na operação dos presídios.
Ainda no VI Seminário de Segurança na LAAD Defense & Security, o presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil (Fendepol), explicou a forma de operação do crime organizado, desde o narcotráfico até o terrorismo e a máfia. Segundo ele, não há organizações criminosas sem lavagem de dinheiro. “A Lava Jato funcionou porque focaram no doleiro, que é quem fazia a lavagem de dinheiro”, disse.
Lançamentos e expectativa de negócios marcam o segundo dia da feira
Mostrar os últimos lançamentos, prospectar parcerias e firmar relacionamentos com clientes são as expectativas dos expositores nesta edição da LAAD Defence & Security. Com 600 marcas de 37 países, o evento concentra novidades como a segunda geração do lançador de munição não letal da Condor, que inova a versão anterior por incluir um “braço” rebatível (“dobrável”). Com isso, o armamento fica 40% menor, conferindo maior mobilidade operacional para o agente de segurança. A expectativa da empresa com o produto é fechar negócios com polícias militares, grupamentos especiais e forças armadas, público presente na feira.
Outras novidades da Condor são a gaze hemostática coagulante, que estanca sangramentos quase instantaneamente, e o robô que desarma bombas, operado por controle remoto. Antes usado apenas no exterior, o produto foi vendido ano passado para o Exército e a Força Nacional brasileiros. Já a Taurus traz a nova plataforma de pistolas e fuzis intercambiáveis, que permitem o uso do mesmo tipo de carregador em diferentes modelos de armas. Isso é importante para dar maior flexibilidade de uso durante a ação policial. Dividindo o estande, a CBC apresenta as novas munições criadas para o Guarani, carro de combate brasileiro.
Rede de contatos -- Estatal ligada ao Ministério da Defesa, a Amazul – Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. participa da LAAD para conhecer o mercado. Afinal, trata-se de uma “jovem empresa”, que começou a operar em 2013. Atualmente, trabalha no desenvolvimento do reator e outras tecnologias para aplicação no submarino nuclear brasileiro.
“Mas nossas tecnologias podem ser usadas em outros campos. Queremos mostrar quem somos e nossos projetos para criar contatos e fechar negócios futuros. Também estamos de olho em parceiros para intercâmbio de conhecimento”, explica o vice-almirante da reserva, Paulo Ricardo Médici, coordenador de negócios da Amazul. Igualmente pensando em estar próximo dos clientes potenciais, a Glock participa da feira com destaque para sua nova geração de pistolas, que, mais simples de usar e com menor custo, já é adotada por parte das forças especiais brasileiras.
Indústria global quer expandir negócios no Brasil e América Latina
Há expositores que cruzaram o mundo para participar da LAAD Defence & Security. Em Em um grande estande, empresas chinesas apresenta oportunidades para o mercado latino-americano. É o caso da Poly Technologies, que destaca o Silent Hunter, um sistema de defesa a laser que pode ser usado em grandes eventos e em grandes espaços. “Não é comum a China fazer negócios com latino-americanos, principalmente pela distância e pelo desconhecimento. Os chefes de Defesa pensam logo em Estados Unidos e Europa como opção de compra. Então, participamos da LAAD para estabelecer contato com os países. Vemos um grande mercado para negócios e para cooperação”, avalia Lai Zhiming, consultor da Poly.
A gerente de Relações Públicas e Marketing do francês ECA Group, Meliha Boucher, está ansiosa pelos resultados que a LAAD pode proporcionar. “Esperamos iniciar na feira conversações para futuros negócios”. O grupo produz soluções de robótica e de treinamento simulado, especialmente para o setor naval.
Atech lança linha de produtos para o mercado de defesa com atuação em cinco áreas
A Atech, empresa 100% do grupo Embraer, lançou, durante a LAAD Defence & Security 2017, a família Arkhe. Trata-se de uma linha de produtos para o mercado de defesa de uso civil e militar. O objetivo é estruturar um portfólio concreto de soluções para a área de defesa com foco no mercado internacional. Para isso, a empresa oferece itens completos que atendem a este setor em cinco tipos de atuação: comando e controle; missão e combate; inteligência; cibernética; e academia.
O CEO da Atech, Edson Carlos Mallaco, lembrou que a empresa já está inserida no mercado de defesa com produtos que vão desde soluções logísticas até tecnologia para tráfego aéreo. Sobre este último, disse que a Atech desenvolve sistemas integrados para o controle do tráfego aéreo na área civil. Para defesa e segurança, Mallaco exemplificou que a empresa participa de projetos estratégicos, como o Labgene – Laboratório de Geração de Energia Núcleo Elétrica – do programa do Submarino Nuclear da Marinha do Brasil e sistemas para os projetos F-X2 e H-XBR.
O diretor de defesa e segurança da Atech, Giacomo Feres Staniscia, manifestou sua satisfação com o lançamento da família Arkhe e salientou que o principal diferencial que a novidade vai proporcionar é a reestruturação do portfólio de produtos. Destacou, também, o apoio que vem recebendo da Embraer.
Atuação brasileira como força internacional de promoção de paz em debate
O caráter brasileiro como força internacional de paz foi destaque no segundo dia do V Seminário Defesa LAAD, que acontece na LAAD Defense & Security. Este ano, o país completa 70 anos de participação em operações de paz da Organização das Nações Unidas (Onu), integrando 9 das 16 missões da instituição. Duas palestras foram dedicadas ao tema ao longo dia.
Para o coronel Carlos Augusto Ramires Teixeira, comandante do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), a participação do país nas missões de paz da Onu é estratégica. O oficial falou em painel sobre a evolução da atuação das Forças Armadas nessas operações ao longo dos anos e elencou algumas das oportunidades que a participação brasileira traz para o país. “As vantagens incluem o aperfeiçoamento do treinamento militar, a abertura de perspectivas devido a novos ambientes operacionais, como a África e o Oriente Médio, a possibilidade de investimentos na indústria nacional defesa e a projeção do país no cenário internacional”, argumentou.
Antonio Jorge Ramalho, secretário executivo da Escola Sulamericana de Defesa (Esude), da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), também defendeu a opção do Brasil por uma atuação política que privilegia o diálogo e a busca por soluções pacíficas de conflito. Para ele, essa é uma “decisão pragmática”. Em sua palestra “Contribuição do Centro de Estudos Estratégicos de Defesa Sul-Americano da Unasul para a defesa dos países membros e a integração”, Ramalho defendeu a importância de se buscar a união e os objetivos em comum dos países da América do Sul no que diz respeito às políticas de defesa. “Nosso futuro depende do que acontece aqui. A região continua uma espécie de ilha, alheia aos atuais processos geopolíticos mundiais, mas não sabemos por quanto tempo é possível continuar assim”, avaliou o secretário, referindo-se ao atual contexto mundial marcado por acirramento de tensões entre diversos países e a ocorrência de atentados terroristas.
“O desafio maior é manter a cultura de paz que já existe e ampliar a densidade das cooperações”, continuou. Segundo Ramalho, ao estimular o contato entre diferentes agentes governamentais dos diversos países membros da Unasul em um ambiente acadêmico, a Esude contribui para a formação de futuros líderes que busquem, em vez do conflito, a integração do continente e a cooperação para o estabelecimento de políticas comuns de defesa.
Logística militar em discussão no Seminário Internacional
Nesta quarta-feira, começou o VIII Simpósio Internacional de Logística Militar da LAAD 2017, reunindo cerca de 600 estudantes de escolas militares do Rio de Janeiro por dia. Os uso do aparato militar no apoio a situações de desastres de grandes proporções e em ações militares foi o tema deste primeiro dia, que teve como palestrantes os coronéis José Velásquez Carpio, do Chile, e Moshe Meyouhass, de Israel.
O militar israelense mostrou a logística para o emprego da estrutura militar de saúde na ajuda a outros países, quando são montados hospitais militares. No terremoto ocorrido no Nepal em 2015, a equipe israelense levou 86 horas desde a saída de Israel até a recepção do primeiro paciente (consideradas neste período de tempo as 13 horas de voo). Segundo Meyouhass, o princípio das forças armadas do país é estarem sempre prontas para ação. Isso porque a decisão estratégica de Estado é o envio imediato de unidades onde quer que ocorram desastres com múltiplas vítimas – exceto se o outro país recusar o auxílio.
Para o coordenador-executivo do seminário, coronel Renato Cavalcante, o evento evidencia aos estudantes das Forças Armadas o estado da arte do que outros países estão fazendo em diferentes áreas nas quais são referência. “O objetivo é mostrar as lições aprendidas”, afirma. Os próximos temas do seminário, que vai até 7/4, serão contratos de suporte logístico, política de compra de produtos de defesa e ciclo de vida de produtos.
Sobre a LAAD Defence & Security
Maior e mais importante feira de defesa e segurança da América Latina, a LAAD Defence & Security chega em 2017 a sua 11ª edição. Reúne bienalmente no Riocentro, no Rio de Janeiro, empresas brasileiras e internacionais especializadas no fornecimento de soluções para as três Forças Armadas e Forças Policiais. Além de exposição, o evento conta com programa de conteúdo exclusivo como o Seminário de Defesa LAAD e o Seminário de Segurança LAAD. Na última edição, em 2015, o evento reuniu 642 marcas expositoras de 41 países, 36.250 visitantes de 90 países e 170 delegações oficiais de 74 países.
Clarion Events
Por mais de 65 anos, a Clarion Events dedica-se à promoção e organização de feiras de negócios, eventos e congressos. Reúne aproximadamente 700 mil visitantes e congressistas e 12 mil expositores e patrocinadores em mais de 200 eventos realizados ao redor do mundo. A Clarion Events tem presença global – atua em 12 escritórios em 9 países e está no Brasil desde 2008.
LAAD Defence & Security 2017 - Feira Internacional de Defesa e Segurança
Data: 04 a 07 de abril
Local: Riocentro - Av. Salvador Allende, 6.555 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro - RJ
Horário da Exposição: 07 de Abril - das 10h às 17h
Assessoria de Imprensa – LAAD Defence & Security 2017
Conteúdo Empresarial – Comunicação Integrada
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