quinta-feira, março 30, 2017

Obras da Refinaria Abreu e Lima, em Suape, serão retomadas


Após um hiato de quase três anos, as obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Suape, serão, finalmente, retomadas. Quase no fim do prazo estabelecido pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), que se encerraria no fim deste mês, a Petrobras assinou o contrato para a conclusão da Unidade de Abatimento de Emissões (Snox), obra descontinuada em 2014. A ordem de serviço foi validada na última segunda-feira com a empresa paulista Qualiman Engenharia e Montagens, cujo nome já tinha sido citado como a eleita para a conclusão da obra em abril do ano passado pela Folha de Pernambuco.

A notícia renova as esperanças de milhares de trabalhadores que perderam os seus empregos na desmobilização das obras do empreendimento. O Governo do Estado calcula que, apenas em 2015, mais de 40 mil pessoas foram demitidas do canteiro.

No ano passado, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, foi surpreendido por uma avalanche de currículos de ex-funcionários da Rnest, em visita a Pernambuco. Na ocasião, o cadastro de currículos do Sintepav ultrapassava 15 mil pessoas. “Vamos pressionar para que as contratações sejam feitas em Pernambuco”, disse o secretário do Sintepav-PE, Rogério Rocha.

A Petrobras não informou o valor do contrato com a Qualiman, nem o início das obras ou quantas pessoas devem ser contratadas. O Governo do Estado estima a geração de até oito mil vagas na retomada da totalidade das obras da Rnest, que incluem o Trem 2, que será reativado apenas quando Petrobras con­seguir atrair um parceiro.
A retomada da construção do Snox, unidade que integra primeira linha de refino (Trem

1) da Rnest, é aguardada desde 2014 e configura um dos capítulos mais complicados do empreendimento, alvo das investigações da Operação Lava Jato. Em crise, a Alusa (Alumini), responsável pela obra e também investigada na Lava Jato, abandonou o canteiro em 2014, decretando recuperação judicial em 2015.

Sem a Snox a Petrobras perde dinheiro, porque a capacidade de produção do Trem 1 ficou limitada a 100 mil barris de petróleo dia (bpd) até a conclusão do equipamento, conforme determinado pela CPRH. A Qualiman não aparece no hall da Lava Jato, mas já foi citada em nota técnica do processo que apura formação de cartel em licitações conduzidas pela petrolífera pelo Cade. A reportagem não conseguiu contato com a empresa.

Folha de Pernambuco

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