Produtores estão sendo estruturados com mais de 18 mil quilos de ração, além de equipamentos, e já preveem incremento para Semana Santa (Foto: Cássio Moreira/Codevasf)
A piscicultura praticada por produtores que vivem em comunidades localizadas no entorno do lago artificial da hidrelétrica de Sobradinho, município situado na região norte da Bahia, está sendo fortalecida pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Por meio da 6ª superintendência regional, sediada em Juazeiro, a Associação dos Produtores de Peixes de Sobradinho (APPS) acaba de ser melhor estruturada com insumos e equipamentos necessários para o desenvolvimento da atividade, uma das vocações produtivas naquela região. Foram mais de 18 mil quilos de ração para peixes, 2.881 m² de tela para uso em tanques-rede, 402 tubos de aço e 74 barras chatas para confecção dos viveiros.
O recurso que viabilizou a ação é oriundo do Orçamento Geral da União, destinado à Codevasf por emenda parlamentar direcionada àquela região para atender a demanda crescente da atividade, que tem transformado Sobradinho num polo de produção piscícola e destacado o município por sua viabilidade econômica nesta área.
Incremento na Semana Santa
A Associação dos Produtores de Peixes de Sobradinho (APPS) registra hoje cerca de 90 associados e contabiliza uma produção semestral de aproximadamente 15 mil quilos de peixe.
Na opinião do secretário da APPS e um dos pioneiros da atividade naquela região, Silvio Santana de Alcântara, “a Codevasf tem feito um trabalho importante na comunidade. Com esse material, vamos aumentar o volume da produção de peixes e consequentemente aumentar a renda de cada sócio”.
O piscicultor está otimista, principalmente neste período que antecede a Semana Santa, quando, segundo ele, as vendas disparam. Por isso, os piscicultores calculam um incremento de até 12% na demanda do pescado em relação ao ano passado.
A comercialização de peixes in natura é feita diretamente ou através do Terminal Pesqueiro de Sobradinho, onde os peixes são eviscerados. Segundo estimativas feitas por técnicos do terminal pesqueiro de Sobradinho, mantido pela Bahia Pesca (empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado), em 2016 foram beneficiadas cerca de 1.216 toneladas de peixes, número 16% maior que em 2015.
Aumento da renda familiar
Cerca de 600 famílias desenvolvem a atividade da piscicultura no lago artificial. Elas contaram com investimentos da Codevasf, até agora, de mais de R$ 1,25 milhão. As ações de incentivo e fortalecimento da piscicultura promovem a inclusão produtiva e reforçam a renda de famílias dos municípios de Sobradinho, Casa Nova, Sento Sé e Curaçá.
São 11 associações e 14 produtores familiares individuais atendidos pela Codevasf, inclusive por meio de capacitações e orientações sobre a produção ambientalmente sustentável.
Para o Engenheiro de Pesca da Codevasf Marcel Assunção, “a piscicultura tem crescido cada vez mais no Brasil, e aqui na Bahia a busca por alternativas que agreguem valor ao produto tem favorecido diversas comunidades que extraem sua renda da atividade piscícola”.
Preservação ambiental
Paralelamente aos investimentos no fortalecimento da piscicultura familiar e artesanal, a Codevasf promove a reposição da fauna aquática do lago de Sobradinho por meio da introdução de peixes juvenis com tamanhos entre sete e dez centímetros, e de espécies como o curimatã, piau, pacamã e até o surubim, espécie ameaçada de extinção.
Os alevinos são oriundos do Centro de Recursos Pesqueiros e Aquicultura do Bebedouro, na vizinha cidade de Petrolina (PE). Já o surubim é reproduzido principalmente no centro de aquicultura do Itiúba, localizado no município alagoano de Porto Real do Colégio, e é distribuído aos demais centros que a Codevasf mantém nos estados de Sergipe, Minas Gerais (Gorotuba e Três Marias), Pernambuco e no extremo sul da Bahia (Xique-Xique e Ceraíma).
Além da soltura de peixes (conhecida como peixamento), os técnicos da Codevasf, quando solicitados, prestam assistência aos piscicultores de Sobradinho, e procuram repassar práticas de manejo e cuidados com a produção e também com o meio ambiente.
Na borda do lago já não se vê mais vísceras de peixes, carcaças ou até mesmo lixo comum, como garrafas pet, sacolas plásticas e outros, graças ao trabalho constante de conscientização da comunidade que a Codevasf vem realizando em parceria com outros órgãos.
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