Os protestos começam logo no café da manhã. Às 6 horas, o ex-deputado Eduardo Cunha acorda e reclama, por exemplo, que o pão francês está velho, ou amassado.
As queixas prosseguem e ficam mais estridentes na hora do almoço.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados reputa como de péssima qualidade a comida servida no Complexo Médico-Penal de Pinhais (PR), onde cumpre prisão preventiva desde dezembro de 2016.
Em 10 de fevereiro, ao receber sua marmita de isopor, disse que não iria comer “aquilo” (o cardápio do dia: arroz, feijão, tomate, mandioca, alface e um bife de alcatra), embora minutos depois tenha mudado de ideia.
Dois dias antes, já havia resmungado por ter sido obrigado a sair da sua cela, a 605, para a faxina semanal feita por uma equipe de detentos.
Por gestos assim, Cunha é tido pelos carcereiros de Pinhais como “o pior preso da Lava-Jato”.
O título já pertenceu a Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, cujos impropérios podiam ser ouvidos mesmo depois que as luzes da prisão se apagavam.
Mais tarde, o epíteto foi transferido para Renato Duque, também ex-diretor da Petrobras, que passou por Pinhais e solicitava aos agentes carcerários a gentileza de só lhe dirigirem a palavra em caso de necessidade absoluta.
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