O acerto foi revelado nas delações de Marcelo Odebrecht, Alexandrino Alencar e Fernando Cunha, segundo reportagem de David Friedlander e Andreza Matais.
Depois de apoiar a reeleição, Pereira rompeu com o governo Dilma e aderiu ao golpe parlamentar de 2016, ganhando, como contrapartida, o ministério do Desenvolvimento, mesmo sem ter qualquer afinidade com a área econômica ou industrial.
Com a revelação deste fim de semana, Pereira passa a ser mais um ministro delatado pela Odebrecht, numa lista que inclui ainda nomes como Eliseu Padilha (R$ 4 milhões em espécie), Moreira Franco (propinas nas concessões de aeroportos) e José Serra (R$ 23 milhões na Suíça), além do próprio Temer (pedido de R$ 11 milhões no Jaburu).
Agora, basta Pereira ser denunciado por Rodrigo Janot para que ele seja demitido por Michel Temer – o que seria um favor à indústria nacional, que já dá sinais de ter se arrependido do golpe, em especial depois das mudanças nas políticas de conteúdo nacional no setor de petróleo.
Pereira, no entanto, rebateu as afirmações dos delatores. “Eu desconheço essa operação. Comigo não foi tratado nada disso”, disse. “Delação não é prova.”
Os relatos de que houve compra de apoio partidário para a campanha Dilma-Temer poderão ser analisados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no processo que investiga abuso de poder político e econômico na campanha. Ou seja: esta nova denúncia pode favorecer a cassação de Temer.
Brasil 247
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