quarta-feira, fevereiro 22, 2017

Calçados adequados ajudam a evitar lesões durante o carnaval

Especialistas da universidade Uniderp dão dicas para aproveitar o Carnaval com saúde

A celebração do Carnaval já começou, mas a festa se intensificará de 25 a 28 de fevereiro, com diversões nos blocos de rua e desfiles. Para curtir a folia, entram em cena as fantasias, maquiagem, muito brilho e quase sempre o salto alto, símbolo da sensualidade feminina. No entanto, o uso desse tipo de calçado pode trazer alguns riscos, principalmente para quem não está habituada com os modelos.

O professor de Fisioterapia da Uniderp, Filipe Abdalla dos Reis, não considera saltos altos e os calçados apertados indicados para curtir o Carnaval. “O risco se dá em virtude do posicionamento do pé da mulher. Existe uma sobrecarga muito elevada no antepé, podendo causar dores na parte frontal do pé, mais propriamente na zona dos dedos, o que chamamos cientificamente de metatarsalgias”, explica.

Outro ponto a ser considerado são lesões. “No Carnaval, o maior risco do uso do salto se dá em virtude das entorses – popularmente chamadas de torções - no tornozelo e joelho”, complementa o profissional que também é fisioterapeuta do esporte. O risco é ainda maior para quem não está acostumada a usar o salto diariamente, por conta do desequilíbrio.

O ortopedista e professor de Medicina da Uniderp, Thiago Nogueira, explica que, “de maneira geral, o uso de salto muito alto poder provocar problemas não só nos pés (como os calos, as bursites nos dedos e outras dores na região), mas também pode atingir a coluna e refletir em danos posturais”.

Alternativa ideal


O uso de chinelos de borracha e as rasteirinhas são as piores opções porque não oferecem apoio ao calcanhar, ajudam a forçar o joelho e deixam o pé exposto. Os saltos agulhas e de bico fino também estão nessa lista, pois impossibilitam que o peso do corpo seja distribuído de maneira uniforme para os pés, o que dá mais propensão a dores na lombar, na sola e nos calcanhares e aumenta o risco de tendinite.As festas de Carnaval exigem muito do corpo. Os foliões caminham, dançam e pulam, por isso o calçado mais indicado é o tênis, principalmente o modelo de academia. “Ele é mais maleável, consegue fazer uma pisada parecida com a natural e não exige força do usuário, sem contar que, por ser fechado, protege o pé de derrapadas, sujeiras e riscos de machucados, resultado de pisadas e cacos de vidro na pista, por exemplo”, salienta o ortopedista. Mas não é qualquer tênis que garante todos esses benefícios. Segundo Thiago, o usuário deve verificar se o modelo possui uma pisada anatômica, confortável e se possui amortecedores.

Vou de salto
Mesmo com a variedade de tênis nas lojas, essa pode não ser uma opção glamurosa para algumas mulheres. Para quem não desce do salto de jeito nenhum, a indicação do especialista é usar modelos mais baixos, com cerca de 3,5 a 4,5 centímetros de salto. Os modelo anabela são os mais recomendados pelo ortopedista, pois distribuem melhor o peso do corpo sobre os pés e são mais largos, garantindo segurança, sustentação e conforto.

Se o salto for parte fundamental da fantasia, o médico ainda ressalta: “Confira como está o solado do sapato para evitar derrapadas e fique atenta à quantidade de bebida alcoólica que ingere, pois ela altera o senso de equilíbrio”.

Pés revigorados


O professor de Medicina da Uniderp, Thiago Nogueira reforça que, no caso de inflações, é sempre indicado o uso de compressas geladas e dá outra receita. “Mantenha uma garrafa pet congelada com água. Coloque-a no chão e movimente-a com as solas dos pés. Isso vai ajudar a aliviar as dores momentâneas”, esclarece o profissional. Se mesmo assim as dores permanecerem, é hora de buscar um ortopedista para certificar que não há problemas mais sérios.Depois das festas a rotina volta à normalidade. Se a diversão exigiu demais dos pés, a sugestão é o alongamento assim que acordar. Filipe ainda indica mergulhá-los em água com gelo por 20 minutos. “Também seria interessante o uso de creme e uma boa massagem para relaxá-los”, completa o fisioterapeuta.

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