Por enquanto, a ordem foi dada de maneira discreta para que o senador possa montar com tranquilidade seu projeto majoritário de 2018, visando a uma ampla frente de oposição ao governo Paulo Câmara (PSB), enquanto aguarda os desdobramentos da Lava-Jato. A operação de combate à corrupção no país pode atingir com um “tiro mortal” políticos das mais diversas legendas com o processo de delação em curso da empreiteira Odebrecht e colocar uma “ducha de água” fria em diversos projetos eleitorais no país.
Estratégico, Armando já fez a sua escolha e passou a adotar uma linha de aproximação com partidos como DEM, PSDB e PR. “A orientação dada é de sairmos de perto do PT. Na situação que eles se encontram, dificilmente alguém vai se aliar aos petistas. Além disso, tem muita gente insatisfeita com o governo do PSB. O nome de Armando se fortalece como opção de oposição para governar o estado em 2018”, afirmou um influente aliado do senador.
Enquanto Armando faz o trabalho de “volta às origens”, o futuro político do PT e de suas principais lideranças no estado, o senador Humberto Costa e o ex-prefeito João Paulo, permanece incerto. Há rumores de que se o PT não se soerguer até 2018, Humberto opte por disputar um mandato de deputado federal, João Paulo não se arrisque numa disputa majoritária e o PT coloque apenas um candidato para marcar posição política na disputa pelo governo do estado.
Sem perder de foco seu projeto de governar Pernambuco em 2019, Armando vem usando a tática de atrair algumas legendas para fortalecer seu palanque e repelir outras. No final do ano passado, ele fez questão de divulgar a presença de líderes tucanos e democratas na sua festa de confraternização. A reportagem não conseguiu falar com o senador, que, segundo sua assessoria, está em viagem ao exterior e só retorna na próxima semana.
O presidente estadual do PTB, José Humberto, afirmou que o PT já tem conhecimento dessa movimentação de Armando para aglutinar outros partidos ao seu projeto majoritário, mas negou existir qualquer deliberação na legenda para se afastar do PT. “A aliança com o PT foi uma parceria que deu fruto, mas estamos olhando Pernambuco, abrindo conversas com todas as legendas que não estejam afinados com o PSB”, despistou.
Fiel escudeiro do senador, o deputado federal Silvio Costa (PTdoB) lembrou que toda eleição estadual está atrelada à nacional e não existe definição no leque de partidos do projeto político de Armando para 2018. “Quanto ao PT, ninguém mata político vivo. Ninguém pode fazer cenário para 2018 sem considerar a Lava-Jato. Se Lula for candidato à Presidência? Armando está apenas conversando com os partidos. Ninguém pode deixar de receber apoios”, enfatizou.
Diário de Pernambuco
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