Foto: Zig Koch/Banco de Imagens ANA
Com a Resolução nº 1.283/2016, a Agência Nacional de Águas (ANA) autorizou a operação das barragens com vazão mínima defluente de 700m³/s até 31 de janeiro deste ano. A redução da defluência mínima foi solicitada pelo setor elétrico e a Agência poderá suspender esta resolução caso informações técnicas recomendem cessar a redução da defluência.
Além da permissão da ANA, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) expediu à CHESF a Autorização Especial Nº 08/2016 para executar testes de redução da vazão defluente a partir da UHE Sobradinho até o limite de 700 m³/s, medidos na defluência da hidrelétrica de Xingó. O documento define uma primeira etapa de 750 m³/s em tempo integral e uma segunda etapa de 700 m³/s em tempo integral. A autorização do IBAMA foi concedida para o período de 180 dias condicionada ao cumprimento das exigências listadas no documento.
Conforme o exigido na Autorização do IBAMA, a passagem para a segunda fase de redução de vazão, de 750 para 700 m³/s, foi autorizada por manifestação formal do Instituto, após análise dos dados dos monitoramentos executados pela CHESF.
Na próxima segunda-feira, 9 de janeiro, na sede da ANA, em Brasília, acontecerá reunião de acompanhamento da operação dos reservatórios do rio São Francisco. No encontro será avaliada a redução da vazão mínima defluente em Sobradinho e Xingó e a operação em Três Marias (MG). Participam da reunião representantes de diversas instituições, como: Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), CHESF, IBAMA, entre outras instituições.
A bacia do rio São Francisco vem enfrentando condições hidrológicas adversas nos últimos anos, com vazões e chuvas abaixo da média. Isso tem causado a redução dos níveis de armazenamento dos reservatórios instalados na bacia. Esta situação tem levado a ações de flexibilização das vazões mínimas defluentes dos reservatórios. A redução temporária da vazão mínima defluente de ambos os reservatórios também leva em consideração a importância de Sobradinho, Itaparica (Luiz Gonzaga), Apolônio Sales (Moxotó), Complexo de Paulo Afonso e Xingó para a produção de energia do Sistema Nordeste e para o atendimento dos usos múltiplos da água na bacia.
Neste contexto, a ANA vem autorizando a redução da vazão mínima defluente abaixo de 1.300 m³/s (patamar mínimo normalmente adotado) tanto em Sobradinho quanto em Xingó desde a Resolução ANA nº 442/2013, quando o piso caiu para 1.100m³/s. Com a Resolução nº 206/2015, em abril, foram mantidos os 1.100m³/s, mas o documento permitiu a redução para 1.000m³/s nos períodos de carga leve: dias úteis e sábados de 0h a 7h e durante todo o dia aos domingos e feriados. Em 29 de junho de 2015 a Resolução nº 713/2015 reduziu o patamar mínimo para 900m³/s. A redução para 800m³/s se deu com a publicação da Resolução nº 66/2016, em 28 de janeiro, e este piso foi adotado até 31 de outubro do ano passado.
Sobradinho
A hidrelétrica de Sobradinho fica na Bahia, a 748km da foz do rio São Francisco. Além da geração de energia, o reservatório cumpre o papel de regularização dos recursos hídricos da região, que abrange munícipios como Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). Operada pela CHESF, a hidrelétrica tem potência instalada de 1.050.300 kW e seu reservatório tem capacidade de armazenamento de 34,1 bilhões de litros – maior da bacia do São Francisco.
Xingó
Localizada entre Alagoas e Sergipe, a hidrelétrica de Xingó também é operada pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco. Com capacidade de armazenamento de 3,8 bilhões de metros cúbicos em seu reservatório, Xingó tem uma potência instalada de 3.162.000 kW. A hidrelétrica está a 179km da foz do São Francisco, entre os municípios de Piaçabuçu (AL) e Brejo Grande (SE).
Texto:Raylton Alves - ASCOM/ANA
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