A síndrome de Guillain-Barré costuma começar com sensação de dormência, formigamento ou agulhadas nos pés. A pessoa sente fraqueza.
Especialista em síndrome de Guillain-Barré, o professor titular de neurologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Osvaldo Nascimento está preocupado com o diagnóstico da doença à medida que avança a epidemia de zika. Nascimento, cuja equipe já atendeu a 16 pacientes com a síndrome associada à infecção pelo zika só em janeiro, diz que o diagnóstico é complexo, e muitos médicos não sabem identificar corretamente todas as variantes.
— A polirradiculoneuropatia ou síndrome de Guillain-Barré recebeu nova classificação. E muitos médicos têm dificuldade de reconhecer todas as suas manifestações clínicas. Isso é muito grave no momento em que surgem casos associados ao zika. Temos visto um maior número de pacientes com esse quadro e alguns apresentam complicações mais severas que o quadro clássico — afirma Nascimento, que é presidente da Associação de Neurologia do Estado do Rio (Anerj)
É o caso do professor de química Jonas Antônio Ávila França Júnior. Aos 33 anos, ele está internado na UTI do Hospital Universitário Antônio Pedro, da UFF, em Niterói. Jonas manifestou os sintomas de Guillain-Barré poucos dias após apresentar um quadro de zika, no início de janeiro. Paralisado, ele movimenta apenas os olhos e respira com a ajuda de aparelhos.